Mato Grosso continua a ser o menor produtor de cana-de-açúcar no Centro-Oeste. O Estado, com a produção estimada em 16,088 milhões de toneladas, aparece em último lugar no ranking da região. Em primeiro vem Goiás, com 52,471 milhões de t, seguido por Mato Grosso do Sul com 38,564 milhões (t). Mato Grosso há alguns anos segue em última posição devido ao fraco desempenho no plantio da cana frente aos Estados vizinhos.
Segundo o produtor e também vice-presidente Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Normando Corral, a restrição ambiental é a principal responsável por estagnar a produção de cana-de-açúcar no Estado. O “culpado” em questão, na visão de Corral, é o Zoneamento da Cana que, para o setor, não tem embasamento científico. “O crescimento registrado nos últimos anos vem do esforço do próprio produtor em reformar as áreas ocupadas e a chuva que tem colaborado”, explica. Devido ao Zoneamento, Mato Grosso, que está localizado em meio aos biomas do cerrado, região amazônica e pantaneira, teve mais da metade de suas áreas proibidas para o plantio da cultura.
Ele explica que enquanto Mato Grosso do Sul e Goiás avançaram 300% a produção em 10 anos, as lavouras mato-grossenses cresceram apenas 8% no mesmo período. “Sofremos discriminação. As questões ambientais estão impedindo o desenvolvimento da atividade”, afirmou o vice-presidente da Famato. “Dessa forma fica inevitável as comparações com os demais regiões produtoras do Centro-Oeste”, pontua.
Para Corral, o governo precisa apresentar soluções ao setor, uma vez que o Estado tem importância para a atividade. “Com o aumento do consumo do etanol teremos que ampliar a produção. É por isso que o potencial mato-grossense não pode ser ignorado como tem sido feito”.