A cadeia produtora de lácteos mato-grossense passa por mais um período dramático. Devido à seca a produção do leite diminuiu. Os produtores estão gastando mais para manter seus rebanhos nutridos e não obtém repasse, pois não há uma padronização do preço do leite entre os laticínios.
Alessandro Casado da Silva, presidente da Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (Aproleite) fala das condições em que se encontram as cadeias leiteiras no estado. “Estamos no segundo mês consecutivo com os preços caindo. Contudo, os produtores vêm desanimando, aos poucos eles têm deixado de produzir, pois o que gastam é sempre superior aos lucros.
O pecuarista João Vicente, reforça esta estatística. “Não temos nenhum incentivo.Todos os anos caminhamos com as próprias pernas, mas, ultimamente, não estamos conseguindo guerrear com os altos custos de produção”.
E isso, segundo o presidente da Aproleite, reflete em cheio nos laticínios que estão trabalhando com capacidade mínima, alguns chegam a operar com apenas 50% de suas capacidades.
Casado relembra que este foi um problema que em 2003, levou os produtores de Curvelândia município mato-grossense a fazer um protesto. Na ocasião os pecuaristas jogaram na BR 364, todo o leite produzido.
Para apoiar o protesto, e em contrapartida não desperdiçar o leite os gestores da cidade se uniram aos produtores e, a partir daí, criaram a Festa do Queijo.
Antonio Bornielli Filho, sócio proprietário do laticínio Rovigo, é quem hoje fabrica o queijo gigante e é o responsável por manter esta que já é tradição na cidade. Segundo ele inicialmente o queijo tinha 90 kg e na última edição de 2012, chegou a 1,5 tonelada.
Alguns produtores, esperando melhores preços, seguem o exemplo da cidade e beneficiam o leite transformando-o em queijo. Porém, o setor vê em si refletido os percalços da própria matéria prima. De acordo com o presidente do sindicato dos Produtores de Queijo em Mato Grosso, Arnaldo da Silva Filho, falta incentivo por parte dos governos.
“Em termos de produção estamos bem, pois ao invés de vender o leite a preços baixos, os produtores preferem fazer o queijo. Mas, além da seca, eles se deparam com outro problema, a desaceleração da economia ataca direto no consumo.