O Porto de Santos (SP) continua a principal porta de saída da soja de Mato Grosso. Das 8,799 milhões de toneladas (t) exportadas no 1º semestre de 2012, 63,1% do grão foi transportado pelo porto, ou seja, 5,553 milhões/t. O volume da oleoginosa embarcado por Santos este ano é 49,03% superior as 3,726 milhões/t do período em 2011. Ao se comparar apenas o mês de junho o crescimento foi de 20%, um salto de 759,9 mil/t para 912,03 mil. Os números são da Secretária de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), divulgadas pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Envios seguem em alta devido estoques mundiais estarem baixos.
A China continua a principal cliente com a aquisição de 68,8% do total de grãos enviados no primeiro semestre. O segundo principal porto para escoamento da soja é o de Paranaguá (PR), por onde somente no 1º semestre 913,3mil/t foram embarcadas, um volume 62,3% maior do que as 562,5 mil do ano passado. No mês de junho foram 126,5 mil/t, alta de 11,2% frente o mês em 2011. Manaus (AM) é o terceiro porto, pelo qual 850,3 mil/t passaram entre janeiro e junho, a quantidade é 54,2% superior as 551,2 mil/t nos primeiros seis meses de 2011, percentual semelhante foi registrado no comparativo do mês de junho com 50,5% de aumento.
Em junho de 2012 foram 181,1 mil/t de soja por Manaus. Outro destaque é o Porto de Vitória (ES), que figurou em quarto lugar, com 586,04 mil/t de soja exportadas por ele, 36,5% a mais que em 2011 e no mês 167,3 mil/t, quantidade 60,4% superior a junho do ano passado.
Por Santarém (PA) foram 393,1 mil/t 25,6% a mais no 1º semestre de 2012. Já São Luís (MA) teve alta de 134,3% nos embarques do grão mato-grossense ante a 2011, enviando 174,5 mil/t no período em questão. Em junho a alta chegou a 498,7%, salto de 6,4 mil/t no mês do ano passadopara 38,8 mil. Segundo a analista de conjuntura econômica do Imea, Gemelli Lyra, a demanda por soja aumentou em 2012 em decorrência os estoques estarem baixos e a quebra dos Estados Unidos na produção. Ela explica ainda que a China tem elevado a aquisição do grão por querer garantir seu estoque. “A China é o maior país em processamento da soja. Ela esmaga 25% da produção mundial, enquanto os Estados Unidos 20%, a Argentina 17% e o Brasil 16%”, comenta. Questionada sobre o fato de portos como o de Manaus, Santarém e São Luís terem os níveis elevados de embarques do grão, Lyra frisa que o custo de transporte é menor, bem como o fato das estradas estarem em melhores condições hoje, ao se comparar com 10 anos atrás. Conforme a Folha do Estado já comentou, estimasse que o custo do frete com a BR 163 pronta seja reduzido em ao menos 34%.
Para o economista Vitor Galesso caso a China venha a ter problemas econômicos Mato Grosso pode ver sua economia cair drasticamente. “Entretanto isso é coisa de longo prazo. A curto prazo seguirá em alta as aquisições, pois a demanda de alimentos naquele país é crescente. Lá são 1,3 bilhão de habitantes. O problema é a longo prazo. Tanto o governo federal quanto estadual e os produtores devem começar a mexer-se. Se a produção seguir em alta, com essa infraestrutura de logística e escoamento do modo que está, teremos sérios problemas”.
Milho
Das 662,9 mil/t de milho exportadas no primeiro semestre de 2012, 289,3 mil/t foram embarcadas pelo Porto de Manaus e 256,6 mil/t pelo de Santos. Ao se comparar com o período do ano passado, os envios pelos dois portos caíram 34,3% e 75,9% respectivamente em decorrência os estoques estarem baixos até então. “Teremos agora no segundo semestre alta nos envios, pois de fato a colheita intensificou em julho”, comenta Lyra.