A colheita do milho segue imprimindo ritmo forte em Mato Grosso. De acordo com levantamento divulgado na sexta-feira (27-07) pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), dos 2,5 milhões de hectares cultivados nesta safra, 2 milhões foram colhidos o que equivale a 80% da superfície total. Em um intervalo de uma semana, os trabalhos avançaram 13,9 pontos percentuais (p.p.).
O balanço da colheita, com dados até o último dia 26, mostra na teoria que há atraso de 5 p.p. na comparação entre os ritmos dos trabalhos nesta safra ante igual período do ano passado, quando 85% da área estavam colhidas. O analista de grãos do Imea, Cleber Noronha destaca que na verdade não há qualquer atraso, já que entre as temporadas 2011 e a 2012 do milho segunda safra houve uma expansão de 43% da área plantada, 2,5 milhões ante 1,75 milhão de hectares. “Na comparação relativa o número atual parece negativo, no entanto, os 80% da superfície atual equivalem a 2 milhões de hectares, extensão que supera em 14% toda a área cultivada no passado”. Como completa, um avanço ditado pelo maquinário de alta tecnologia que o produtor dispõe, “e por isso ele {produtor} está preparado para colher mais rápido”.
A região que concentra a maior produção de grãos no Estado, a médio norte, é a mais adiantada até o momento. De 1,28 milhão de hectares cultivados, 89,7% estão colhidos. Os destaques da região vão para os municípios de Sorriso e Vera, cujo ritmo atinge 89% e 90% da área, respectivamente. Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá) chama a atenção por oferecer sozinho a maior área de plantio ao milho de Mato Grosso, 460 mil hectares. O volume de hectares supera o sudeste mato-grossense que nesta temporada cultivou 457,62 mil hectares.
A região noroeste colheu 69,3% da área, a norte, 74,3%, a nordeste, 80,3%, a oeste, 75,7%, a centro sul, 72,9% – a mais atrasada – e a sudeste com 74,5% da área colhida.
Nesta temporada, a cultura supera, de maneira inédita, a produção de soja em Sorriso, Lucas do Rio Verde, Cláudia e Vera, polos agrícolas que até o ano passado tinham a oleaginosa como carro-chefe no campo.
VOLUME – Com esse ritmo isso, das 14,23 milhões de toneladas estimadas, 11,4 milhões já estariam nas mãos dos produtores, volume que vem trazendo problemas pontuais em algumas cooperativas e empresas de médio porte, que por falta de espaço estão estocando o grão a céu aberto de forma pontual, até que haja espaço do lado de dentro dos silos e armazéns. Como explica o analista de grãos do Imea, Cleber Noronha, essa condição de ‘céu aberto’ tem sido temporária e por isso, ainda não implica em risco para qualidade do milho, mas de qualquer forma, expõe o crônico problema de falta de logística no Estado.