A criação de empregos com carteira assinada no primeiro semestre de 2012 é a maior de Mato Grosso desde 2004. Este ano, entre janeiro e junho, 36.851 permaneceram em seus postos de trabalho. Em 2004, o saldo positivo no período havia sido de 38.602 vagas. Ao comparar com o resultado o ano passado a permanência no emprego cresceu 1,08% (36.454). A agropecuária foi a que mais contratou, contudo ao se relacionar com 2011 o melhor desempenho é da construção civil com 147,9% de aumento nos postos de trabalho. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Segundo especialistas, oscilação econômica pesará na empregabilidade em alguns setores, fator que fez o comércio apresentar queda de 73,1% no saldo final ante 2011. A agropecuária, setor forte no Estado, teve saldo positivo no 1º semestre de 9.600 vagas geradas a mais que desligamentos. Apesar do bom resultado, ao comparar com o período o ano passado, houve uma queda de 21,3% (12.205). Conforme o gestor do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca, no setor é normal os altos e baixos nas contratações, pois é algo de sazonalidade.
“Para nós, o que vale é o resultado do total de admissões e não o saldo. Se as admissões estiverem maior que os desligamentos, é sinal de que estamos entre estabilidade e crescimento”. O levantamento mostra que o setor da construção civil no primeiro semestre teve saldo positivo de 8.838 postos de trabalho gerados a mais que desligamentos.
Em 2011 no período haviam sido apenas 3.564 vagas. Além do segmento, a indústria de transformação surpreendeu com um total de 8.441 vagas geradas, 17,6% superior as 7.173 nos seis primeiros meses de 2011. “O ano de 2012 está aquecido em Mato Grosso na construção civil por ser um ano de obra. Entre 2009 e 2011 muitos projetos foram lançados foram realizados e agora está sendo o momento de colocá-los em prática”, explica o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Mato Grosso (Sinduscon-MT), Cezário Siqueira.
Conforme o presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan, o empresariado está vendo o potencial que Mato Grosso possui e instalando novas indústrias. “A logística, aos poucos, está melhorando. Hoje, estamos com a ferrovia mais próxima de Rondonópolis. Outro fator é que neste ano somos o maior produtor de grãos e isso chama a atenção”. O extrativismo mineral foi outro que cresceu em relação a 2011.
Um salto de um resultado positivo de 552 vagas para 753 este ano. “O nosso potencial mineral atrai investidores e leva a um incrementonos postos de trabalho”, salienta Milan.
Comércio
O primeiro semestre é marcado por um período de vendas sazonais em decorrência das datas comemorativas. Entretanto, o fator não pesou para um efeito tão positivo quanto foi o ano passado no setor de comércio, quando o assunto é emprego. Por mais que o 1º semestre de 2012 tenha tido 1.441 vagas geradas a mais que desligamentos, o segmento teve uma redução de 73,1% perante as 5.373 vagas em 2011. Segmento Serviços, ao contrário, teve leve incremento de 5,12% com um saldo positivo de 7.677 postos. O ano passado havia sido 7.303, segundo o Caged. “Estamos vivenciando um período de economia oscilante e isso tem feito com que os consumidores segurem a vontade de ir às compras. O fato leva as vendas a caírem e consequentemente as contratações”, comenta o economista Edisantos Amorim.
O presidente da Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio-MT), Roberto Peron, revela que muitas empresas de grande porte estão deixando de contratar vendedores e sim apenas repositores e autoatendimento. “O Brasil está se americanizando. Todavia, a partir de outubro as contratações aumentam novamente por conta do Dia das Crianças e do Natal”.