Reajuste de 6% no preço do diesel comercializado nas refinarias deve encarecer o produto para o consumidor final em média 15 centavos, por litro, a partir desta segunda-feira (16), segundo revendedores. Em Mato Grosso isso significa que os preços podem atingir R$ 2,34 nos postos de rodovias, onde segue cotado a R$ 2,19. Na Capital, o percentual aplicado pela Petrobras pode elevar o produto de R$ 2,39 para R$ 2,54. Por meio de nota divulgada na quinta-feira (12), a estatal estima aumento aproximado de 4% sobre o preço final do combustível vendido ao consumidor nas bombas, incluindo o custo do biodiesel (reajustado há 15 dias) e margens de distribuição e revenda. Conforme a nota, o reajuste “foi definido levando em consideração a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo”.
No último dia 25 de junho, o óleo diesel subiu 3,9% nas refinarias e a gasolina 7,8%. Mas, como o governo zerou a alíquota da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) para manter a inflação controlada, naquela ocasião o aumento não chegou ao consumidor. Na avaliação do diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo/MT), Nelson Soares Junior, ainda não é possível estimar o quanto essa nova majoração vai afetar o bolso do consumidor, o que vai depender também da quantidade consumida. “Somente após os postos conhecerem os valores praticados pelas distribuidoras é que se poderá avaliar o impacto nas bombas”. Desta vez os aumentos não serão absorvidos pelos revendedores como ocorreu no último reajuste, diz o gerente comercial da Idaza, Tadeu Ramos.
Ele afirma que nas rodovias mato-grossenses o preço está defasado porque os revendedores precisam competir com os preços praticados em Goiás onde os valores são inferiores. “A maior parte dos postos de estrada já quebrou e poucos vão sobreviver com essa margem. Há uma concorrência desleal e o nosso frete é mais alto causa do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)”. Reflexo no custo do transporte refletirá no agronegócio, elevando o custo de produção principalmente para safra 2012/2013, comenta o diretor financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Nelson Piccoli. Observa que o diesel é empregado em todo ciclo de produção, desde o transporte dos insumos utilizados na preparação do solo até o plantio, colheita e escoamento. “O diesel é um dos elementos que mais pesa na agricultura, principalmente em Mato Grosso onde a logística é ruim e a distância muito longa para ser percorrida pelo sistema rodoviário”.
Consumidor Jovani Luiz de Souza diz que além do preço, o diesel revendido no Estado gera dúvidas. “A gente percebe que o rendimento é diferente, dependendo do posto onde se abastece”.