Programa de fortalecimento da agricultura familiar em Mato Grosso foi debatido entre o governo do Estado e representantes do setor produtivo na terça-feira (10), durante reunião na sede do Executivo estadual. Por meio de uma parceria público privada (PPP) a agricultura familiar será apoiada com a qualificação dos agricultores familiares, assistência técnica nas propriedades, a concessão de crédito rural e a regularização fundiária e ambiental das propriedades. De acordo com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura em Mato Grosso (Fetagri), há 144 mil propriedades com até 400 hectares em Mato Grosso, sendo aproximadamente 90 mil originárias da reforma agrária.
Presidente da entidade, Adão Silva, afirma que muitas ainda não foram regularizadas. “O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) não tem recursos para fazer o levantamento ocupacional e a titulação dessas propriedades”. Situação impede o acesso ao crédito bancário. Para Silva, uma das soluções para garantir recursos aos pequenos produtores está na criação de um fundo de aval para os produtores. Opção não está descartada, segundo o governador Silval Barbosa (PMDB). “Estamos discutindo com todas as instituições financeiras para que deem crédito e vamos dar o aval necessário para que o produtor tenha acesso a isso”, diz ao acrescentar que a meta é que a produção da agricultura familiar seja ampliada em cerca de 10 mil toneladas na safra 12/13. Uma das opções de financiamento é o programa Mais Alimentos, lembra o governador, voltado para aquisição de máquinas agrícolas, com prazo de financiamento de 10 anos, carência de 3 anos para pagamento e juros de 2% ao ano.
Para apoiar a busca por financiamentos, desenvolvidos centros de formação profissionais para agricultura familiar, com apoio do Sistema Famato, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Com o apoio à agricultura familiar, outras cadeias produtivas serão fortalecidas, lembra o presidente da Famato, Rui Prado, citando a pecuária leiteira, a fruticultura e produção de pescado.
Para o secretário de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, Carlos Milhomem, a medida irá garantir a fixação dos agricultores familiares nas propriedades. “Muitos produtores contraíram dívidas e o governo está tentando fazer a negociação dessas dívidas com os agentes financeiros e também a regularização das propriedades”. Participaram da reunião representantes Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), das associações dos produtores de soja, milho, algodão, criadores de gado e Sicredi.