O governo federal estuda uma política específica para área de armazenamento de grãos no país, com destaque para Mato Grosso, que depende desse setor para garantir a comercialização de sua safra, estimada em 38,083 milhões de toneladas no ciclo 2011/2012, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento. A informação partiu do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Mendes Ribeiro Filho, durante abertura da 48ª Expoagro, na semana passada, em Cuiabá. Na ocasião, o chefe da pasta prometeu ainda uma maior aproximação com a categoria, com a regionalização do ministério.
A notícia trouxe ânimo aos setor no Estado, que tem enfrentado sérios problemas com armazenagem. Na opinião do diretor financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Nelson Piccoli, a situação da agropecuária no Estado pode avançar muito, caso esses anúncios sejam cumpridos.
Cenário
Além da logística que é um dos maiores problemas estaduais, os produtores ainda têm dificuldades para guardar a produção. “Hoje estamos com problemas com milho por exemplo”, pontua. Mato grosso deve produzir 13 milhões de toneladas do grão. O Estado, maior produtor de grãos no país, possui 20% da capacidade útil de armazenamento de grãos do Brasil, somando 32,049 milhões de toneladas, considerando todas as redes armazenadoras de produtos agrícolas. Nacionalmente o volume é de 157,3 milhões de toneladas. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Em Mato Grosso existem cerca de 1.062 estabelecimentos para estocagem de grãos, destes 95% pertencem a iniciativa privada (1.016), enquanto 2% são cooperativas (30). O restante, 11 unidades, são do governo. “Estava mais que na hora de se criar uma política de armazenamento de grãos, uma vez que há muito tempo o governo não investe em armazéns no Estado”, pontua Piccoli.
De acordo com o diretor financeiro da Famato, caso o governo invista na regionalização do Mapa, em uma política de estocagem, o produtor mato-grossense terá oportunidades de crescer nos próximos anos. “A tendência é que com o tempo o produtor passe a investir mais em tecnologias”, pontua.