Pela primeira vez na história da produção nacional de grãos, o milho totaliza mais toneladas que a soja. O ineditismo foi possível porque as 13 milhões de toneladas a mais do cereal entre uma temporada e outra, volume que fez a diferença ante a oleaginosa, é exatamente o montante que Mato Grosso está colhendo e deverá ofertar ao fim deste ciclo. Se o milho nacional é a cultura de maior volume nesta safra é porque ela deixou de ser apenas uma opção de rotação de cultura e cobertura de solo para conquistar importância econômica dentro do Estado.
As informações fazem parte do 10° levantamento de Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos 2011/12, referente a junho, divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A sojicultura nacional vai somar 66,37 milhões de t ante 69,48 milhões de t do milho de primeira e segunda safras.
Em mais este estudo, a Companhia assegurou a posição de líder na produção nacional de grãos e fibras para Mato Grosso. O Estado que soma produção total de 38,08 milhões de toneladas, 23% acima do volume de 30,94 milhões toneladas da safra passada, responderá por 23,4% da safra brasileira, que conforme a Conab, soma 162,59 milhões, cerca de 1% menor que a registrada em 2010/11.
Em relação ao milho segunda safra, conforme a estimativa da Conab, Mato Grosso atingiu área de 2,62 milhões de hectares (ha), 42,9% acima da superfície anterior, 1,83 milhão ha. A produção passou de 7,25 milhões de toneladas (t) para 12,64 milhões t, incremento anual de 74,7%. No país, a ex-safrinha do cereal, está estimada em 34,56 milhões t ante 21,48 milhões t na safra passada, incremento relativo de 60,9%, ou de 13 milhões t a mais, volume que representa a safra mato-grossense. Com esses números, a segunda safra de milho, em Mato Grosso, responderá por 37% da segunda safra nacional, participação também inédita.
“O forte incremento observado nos importantes estados produtores da região Centro-Oeste e no Paraná, ajudam a explicar o surpreendente
desempenho da lavoura nesta temporada, que deverá ficar marcada pela mudança de paradigma da lavoura no cenário produtivo nacional, onde se destaca o fato de que a segunda safra de milho assumirá cada vez mais a importância até então reservada à safra de verão. O desempenho do clima durante toda a fase produtiva do cereal foi responsável pelos recordes de produtividade observado especialmente nos dois maiores estados produtores, Mato Grosso e Paraná”, destaca o levantamento da Conab.