As chuvas atípicas em maio e junho e o plantio dentro da janela ideal, somados à alta tecnologia utilizada nas lavouras foram os fatores cruciais para proporcionar a Mato Grosso o posto de líder na produção de milho 2ª safra 2011/2012 com uma participação de 36,5% nos 34,565 milhões de toneladas (t) previstas para o Brasil. A informação é da Conab, que em seu 10º levantamento de safra 2011/2012 prevê uma produção de 12,648 milhões de toneladas (t) do cereal no Estado, um aumento de 74,4% no comparativo com as 7,253 milhões de t da safra 2010/2011. A produtividade cresceu 22%, saltando de 3.950 quilos por hectare para 4.820, o que gera uma média de 80 sacas por hectare.
Segundo o setor produtivo, muitos produtores já negociaram os insumos da safra 2013/2014 por conta da alta do bushel devido quebra da safra nos Estados Unidos e dólar. Ao se analisar a projeção da Conab deste mês com junho há um incremento de 2,14% na produção, o mês passado a previsão era 12,382 milhões de t. Na 2ª safra do milho foram semeados 2,624 milhões de hectares, área 42,9% maior que as 1,836 milhão da safra 2010/2011. De acordo com a Conab, a produção total, soma da 1ª e 2ª safras, deve atingir os 13,421 milhões de t, um volume 76,1% superior aos 7,619 milhões de t da safra 2010/2011.
De acordo com a Conab, a produção total, soma da 1ª e 2ª safras, deve atingir os 13,421 milhões de t, um volume 76,1% superior aos 7,619 milhões de t da safra 2010/2011. Apesar de Mato Groso liderar a produção na 2ª safra, na soma total fica em 2º lugar, visto o Paraná ter uma produção total de 16,89 milhões de t em decorrência a 1ª safra quando 6,57 milhões de t foram colhidas. Mato Grosso colheu 773,6 mil de t apenas na 1ª safra, contudo o volume foi 111,2% superior as 366,3 mil de t da safra anterior. A área total cresceu 43,6% atingindo 2,726 milhões de hectares. Já a produtividade 22,7% alcançando 4.923 quilos por hectare.
O vice-presidente da região norte da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e presidente da comissão de Gestão da Produção da entidade, Naildo Lopes, diz que as chuvas acima do esperado contribuíram para a superprodução somada ao fato deste ciclo ter sido semeado dentro da janela ideal. “A alta tecnologia ajudou também”. O diretor de relações institucionais da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rogério Romanini, comenta que os números da Conab estão cada vez mais próximos das projeções do Imea. “Eles apresentam para a 2ª safra uma produção menor que as 13,1 milhões de t do Imea por cautela. Pelo que estimam a produtividade média é de 80 sacas por hectare e o Imea prevê 87, mas deve subir para 90 sacas em média, pelo que percebemos em conversa com os produtores”. Lopes, produtor em Nova Mutum, comenta que no município há produtores que chegam a colher 5 mil quilos por hectare.
Comercialização
Segundo dados do Imea, até junho 56% da safra 2011/2012 do milho de Mato Grosso estava comercializada. Conforme o vice-presidente da região norte da Aprosoja-MT, muitos produtores do Estado já “negociaram alguma coisa” da safra 2013/2014 de milho na modalidade de troca por insumos. “Isso deve-se ao fato do bushel estar aumentando devido quebra na safra dos Estados Unidos e o dólar também. Não sabe-se como ambos se comportarão nos próximos ciclos, principalmente o dólar que cada vez que sobe eleva o preço dos insumos. Então os produtores resolveram garantir os adubos, fertilizantes e sementes para as duas próximas safras”. Ontem, o bushel do milho, de acordo com a CME/CBOT, estava cotado em US$ 7,48 para este mês e no mercado futuro em US$ 7,03 para março de 2013.