O preço do milho no mercado interno vai melhorar a partir de agora, com a queda na produtividade nas lavouras dos Estados Unidos divulgada pelo Departamento de Agricultura norte-americano (USDA). Diminuição na produtividade impactará na produção e aumentará ainda mais a demanda externa pelo grão mato-grossense. Analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) constataram valorização de 11,7% na cotação do milho pela bolsa de Chicago nas duas últimas semanas, alcançando US$ 6,71 por bushel (equivalente a 27,215 kg) na última sexta-feira, maior valor registrado desde março.
No mercado interno os preços ainda não se elevaram, explica o analista Cleber Noronha. Mas, o assistente de mercado da Bolsa de Mercadorias e Cereais de Sinop (BMC), Antônio Tonietto, revela que há produtores segurando o milho porque querem vender a R$ 16 a saca (60 kg). Para ele, a demanda atual indica que os preços chegarão a R$ 17 (saca) em breve. Último levantamento do Imea revela que a colheita do milho 2ª safra já envolve 14,4% da área plantada no Estado, equivalente a 2,5 milhões de hectares. Previsão é que sejam colhidas 13 milhões de toneladas do grão neste ano.
Até agora, 56% da produção está comercializada, restando ainda cerca de 7 milhões de toneladas. Assistente BMC/Sinop diz que o volume que resta a ser vendido corresponde ao total destinado à exportação. Consumo pelo mercado interno se mantém em 3,5 milhões (t). “E hoje a melhor opção para quem precisa vender é a exportação”. Com o anúncio de quebra de safra norte-americana, as empresas retomaram a aquisição do milho. “Tem empresas comprando e pagando entre R$ 12 a R$ 14,50 para retirar na propriedade aqui em Sinop”. Com aumento da demanda, as perspectivas de acumular milho fora dos armazéns deixa de existir, afirma Tonietto.