A maioria dos agricultores de Mato Grosso já comprou os insumos para a safra 2012/13, que só será plantada no segundo semestre. Produtores rurais que fecharam negócio antecipadamente se beneficiaram, como é o caso de Dorair André Dognani, que há 37 anos se dedica à agricultura em Rondonópolis (220 km ao Sul de Cuiabá). Ele reservou a área de 5,5 mil hectares para o próximo plantio da soja e comprou em março o adubo necessário para a lavoura.
O empresário Miguel Weber dos Santos, que revende insumos no Estado, explica que a maioria dos produtores de Mato Grosso antecipou as compras de fertilizantes. “Da cultura da soja já tem praticamente 95% do produto negociado. Inclusive, produtores fizeram a aquisição da safrinha que é pós-soja, seja milho, algodão ou outra cultura”, explica Miguel.
Mato Grosso é o Estado que mais consome fertilizantes no país. Um levantamento feito pela Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), indica que foram entregues 6,8 milhões de toneladas ao consumidor final entre janeiro e abril deste ano, em todo o país. Deste volume, quase 20% foram direcionados para os agricultores mato-grossenses.
A agricultora Juliana Xavier, que planta soja em Itiquira (360 km ao Sul de Cuiabá), comprou o adubo na segunda quinzena de março. Na propriedade dela serão plantados três mil hectares de soja. A produtora já comercializou cerca de 15% da lavoura, o que ajudou na compra antecipada do adubo.
Os insumos, como sementes, fertilizantes e defensivos, são o que mais pesam no custo de produção do sojicultor. A compra antecipada ajuda na proteção da renda. “Este custo representava 52% em março. A gente teve uma alta significativa entre março e abril, de cerca de 22%. Em maio, a gente teve uma recuperação do dólar, fazendo com que houvesse uma nova alta de 5% no preço, chegando os insumos a representar a fatia de 56% do custo total das lavouras”, explica o agrônomo do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea),Otávio Celidônio.
Uma indústria de fertilizantes de Rondonópolis planeja entregar 70 mil toneladas de adubo por mês até setembro, quase o dobro do ano passado.