A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) recebeu ontem (14.06) a visita do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rubens Rodrigues dos Santos. O objetivo do encontro, que contou com a presença de representantes das associações de soja, milho, algodão, pecuária e suinocultura, foi conhecer as necessidades dos produtores rurais de Mato Grosso a fim de formular políticas públicas e melhorar a armazenagem e o preço mínimo das commodities agrícolas.
"O objetivo da Conab é fazer uma sinergia entre todos esses segmentos para que sejam equacionadas essas questões e todos sejam atendidos da melhor maneira possível", afirmou Santos. Segundo ele, os estoques de milho da entidade estão baixando em decorrência da escassez de chuvas no Nordeste e Sul do país. "Então a gente está atendendo essas duas regiões com a produção estocada aqui em Mato Grosso. Obviamente que a Conab precisa repor esses estoques e necessita ter um estoque para garantir o abastecimento nos próximos meses e até no próximo ano", complementou.
A Conab está fazendo estudos para discutir com os segmentos produtivos a metodologia de cálculo do preço mínimo. Uma das reivindicações do setor produtivo foi justamente essa. Segundo o diretor financeiro e administrativo da Famato, Nelson Piccoli, a Federação busca o equilíbrio para que esta política de preço mínimo contemple tantos os produtores de grãos quanto de suínos e de bovinos. "Devemos buscar este equilíbrio para que o produtor de milho não seja desestimulado por um preço baixo em decorrência da grande demanda e oferta. E o preço do milho também não pode subir tanto para não desestimular e inviabilizar o setor consumidor no estado. Essa foi uma grande oportunidade que tivemos para mostrar para a Conab nossa preocupação".
Neste ano, a Famato encaminhou seis propostas para compor o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) da safra 2012/2013, elaborado pela Secretaria de Política Agrícola, ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O aumento do preço mínimo do milho foi uma das sugestões da Federação. Neste caso, um estudo elaborado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) identificou que o ideal seria elevar o preço mínimo de R$ 12,60 para R$ 14,09 a saca. O novo PAP será apresentado no final deste mês pelo Mapa.
Durante o encontro, o Imea fez uma apresentação sobre a conjuntura do mercado do milho em Mato Grosso da safra 2011/2012. Segundo gestor do Núcleo Técnico da Famato, Eduardo Godoi, a comercialização do cereal foi bem antecipada devido ao bom momento do mercado vivido no início do ano. Estima-se que 56% da safra esteja comercializada, o que representa um volume de 7,34 milhões de toneladas. "Restam mais de 5,5 milhões de toneladas de milho para serem comercializadas e atualmente os preços estão muito próximos do custo de produção. Por isso há necessidade da Conab rever o preço mínimo do milho", destacou Godoi.
A Famato representa 86 sindicatos rurais de Mato Grosso. Junto como Imea e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), forma o Sistema Famato.