Mato Grosso é disparado líder em grãos na safra 2011/2012, em rebanho bovino por sete anos e tem uma previsão de alta de 10,9% em seu Valor Bruto da Produção (VBP), crescimento nos moldes da China. Contudo, a população paga mais caro por tais alimentos e seus derivados. Segundo entidades ligadas ao setor produtivo, se Mato Grosso tivesse uma infraestrutura adequada e que chamasse atenção do segmento industrial “o consumidor pagaria menos”. O setor ressalta ainda que a valorização das commodities também influencia no preço final.
Hoje, a população chega a pagar R$ 3,35 por 900 ml de óleo de soja e, em média, R$ 12,79 o quilo da carne bovina, além de R$ 2,09 pelo litro do leite. Conforme projeções da Conjuntura Econômica de Mato Grosso referente a 2012, divulgadas ontem pela Famato e Imea, os preços no varejo estão menores que em relação a 2011, apresentando um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no acumulado dos 12 meses em 5,10% e até o final do ano deverá atingir 5,17%. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o ano passado o IPCA nesta época, no acumulado dos 12 meses, era de 5,25%.
Preço Alto
As estatísticas divulgadas pelas entidades mostram ainda que em 2011 Mato Grosso exportou apenas 47% das suas 20,5 milhões de toneladas de soja. Questionado sobre o por que da população pagar caro por algo produzido dentro do Estado, o presidente da Famato, Rui Prado, explica que o mercado hoje é globalizado e quem faz os preços é a valorização das
commodities. “No caso da soja, por exemplo, se o preço da saca aumentar, seus derivados consequentemente aumentam. Outro exemplo, é o etanol. Moro em Campo Novo dos Parecis e lá temos uma usina, contudo, o combustível vem para as distribuidoras em Cuiabá para depois ir para os postos da minha cidade, o que leva a ser mais caro”, explica.
Para Prado, o crescimento até o final de 0,07% nos preços no varejo é considerado irrisório perto do que se viu em 2011. Outro fator apontado é a ausência de logística, segundo o gestor do Imea, Daniel Latorraca. “Se tivéssemos uma infraestrutura adequada seria possível trazer indústrias, o que possibilitaria o consumidor pagar mais barato. A falta de logística adequada também encarece os produtos”, frisa.