As exportações da carne suína em Mato Grosso seguem em queda agravando a crise vivenciada pelos produtores. De janeiro a abril, foram enviados para fora 3.613 toneladas de carne suína, o que gerou uma receita de US$ 7,814 milhões.
Os números são 47,6% e 61,06% inferiores a 2011, respectivamente, quando o Estado não sofria ainda o embargo da Rússia. As informações são da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS). Segundo, a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), já tem produtor saindo do ramo, uma vez que o prejuízo por quilo hoje é de R$0,65.
Conforme dados da ABIPECS, divulgadas ontem, no primeiro quadrimestre de 2011 foram enviadas para o exterior 6.905 toneladas de carne suína de Mato Grosso, o que gerou US$ 20,070 milhões. Ao se comparar o mês de abril deste ano com 2011 as retrações são maiores ainda. Enquanto em abril do ano passado foram exportadas 2,519 toneladas de carne suína, em 2012 foram apenas 846 quilos, uma retração de 66,4% no volume. A receita sofreu 76,9%. Em abril de 2012, os envios geraram US$ 1,726 milhão, contra os US$ 7,479 milhões do ano passado. De acordo com o diretor-executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues, o embargo da Rússia a cada dia tem agravado a situação. "Temos também outros mercados que não abrirão suas portas ainda e o embargo da Argentina".
Outros fatores que têm agravado a situação da cadeia produtiva da suinocultura são os altos tributos cobrados, além da logística. "Nosso custo de produção hoje é de R$ 2,25 o quilo. Os frigoríficos nos pagam R$ 1,60 apenas, o que gera um prejuízo de R$ 0,51 pelo quilo, tanto que temos produtores saindo do ramo já", diz Rodrigues.
Brasília – Ontem, a Acrismat e produtores estiveram reunidos em Brasília (DF) com o Conselho Deliberativo do Fundo do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Condel/FCO) e autoridades na busca de um plano emergencial de solicitação de crédito para amenizar a crise dos suinocultores em Mato Grosso.
Conforme Rodrigues, o setor busca também redução dos tributos, igualação do preço do quilo do animal vivo pago ao produtor ou um preço mínimo, leilões de milho e subsídios do governo.
Brasil
Segundo dados da ABIPECS, o Brasil de janeiro a abril teve uma variação positiva de 1,39% em toneladas (171.466 t) e negativa em receita (menos 3,49%), ante os embarques nos primeiros quatro meses de 2011. O país ainda obteve uma receita de US$ 440,57 milhões no acumulado do ano com exportações de carne suína.
Hoje, apenas duas plantas de Santa Catarina e uma de Minas Gerais e Goiás estão autorizadas a exportar para a Rússia, o que fez com que aquele país ficasse em 3º lugar nos envios com 30,293 toneladas e uma participação de 17,67%.