O novo Código Florestal segue trazendo insegurança aos produtores rurais. Apesar de aprovado pela Câmara o mês passado, o projeto ainda não foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff e vive em meio possíveis vetos e medidas provisórias. Câmara já sinaliza apoio à presidente em suas mudanças. Para entidades e produtores de Mato Grosso, o assunto já virou questão política e quem só perde com isso é a população.
Após a realização de uma reunião entre parlamentares da Comissão da Agricultura e Pecuária da Câmara, na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) declarou que há um consenso na Câmara de que "melhor caminho finalizar esse projeto com uma discussão conjunta entre Câmara, Senado e o governo". Para o presidente da Aprosoja-MT, Carlos Fávaro, a situação atual do novo Código Florestal já virou uma "questão política". "Ele não atende 100% os produtores e nem os ambientalistas. O código aprovado foi algo possível para atender ambas as partes. É preciso que a presidente sancione o código sem veto e medidas provisórias. As mudanças devem ser feitas após isso e com um amplo debate".
Conforme o produtor e vice-presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan, o projeto aprovado pelos deputados federais não atende a realidade e necessidade do brasileiro. "O produtor se quiser reduzir sua área de produção ele reduz e segue ganhando para seu sustento normalmente, porém a questão é a população que a cada dia cresce, o que eleva a demanda por alimentos e isso ninguém está vendo".
No dia 3 de maio o senador Blairo Maggi (PR-MT) defendeu que uma reunião entre congressistas e o governo seja feita para definir os últimos ajustes no Código Florestal. A declaração foi dada após os senadores Luiz Henrique Silveira (PMDB-SC) e Jorge Viana (PT-AC) terem no dia 25 de abril protocolado o projeto que havia sido aprovado pelo Senado o ano passado como um novo projeto. Na mesma data a Câmara aprovou o novo Código Florestal.