O desempenho excepcional da agropecuária durante o ano passado representou elevação nas vendas de defensivos agrícolas no período. De acordo com balanço divulgado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag) e da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), o setor terminou o ano com vendas recordes de US$ 8,5 bilhões, superando em 16,3% os resultados de 2010.
"O ano passado terminou bem, mas agora estamos olhando para este [2012] com olhos cautelosos", diz Eduardo Daher, diretor-executivo da Andef.
Para José Roberto Da Ros, vice-presidente do Sindag, o desempenho deste ano não deve repetir o do ano passado. "É muito cedo para previsões, mas as estimativas atuais são de 3% a 5% de crescimento", diz ele.
Os carros-chefes do setor no ano passado, no entanto, continuam bem: soja, milho, algodão e cana-de-açúcar. Essas lavouras foram responsáveis por 80% do total das vendas em 2011.
À exceção do algodão, que está com recuo nos preços, as demais não têm grandes alterações. A soja, que detém 44% das vendas de defensivos, está com preços elevados devido à seca na América do Sul e à redução de área nos Estados Unidos.
O Brasil se caracteriza como um dos países entre os que têm uma das maiores evoluções no consumo de defensivos. Daher diz que as condições de país tropical forçam os produtores a utilizar mais defensivos. Além disso, o país faz duas safras por ano, o que não é possível nos países frios.
O sistema de plantio direto e a proibição da queima de cana-de-açúcar também vêm exigindo uma utilização maior de defensivos para combater pragas e insetos nas lavouras.