Transporte e controle sanitário de animais ficarão mais ágeis e seguros em Mato Grosso. Isso porque o atual Sistema Informatizado de Animais (SIA), em funcionamento desde 2003, será refeito para atender a nova Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), lançada nesta quarta-feira (18) por meio de um convênio entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A PGA centralizará todas as informações do rebanho brasileiro, que só em Mato Grosso é de cerca de 29 milhões de cabeças.
A partir de 1º de julho todas as Guias de Trânsito Animal (GTAs) deverão ser eletrônicas, emitidas a partir do sistema da PGA. Um prazo curto, avalia Daniella Soares de Almeida Bueno, Coordenadora da Defesa Sanidade Animal do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), ao lembrar que o sistema mato-grossense terá de ser refeito ou trocado porque não funciona online.
Para fazer a troca, o Indea aguarda orientações do governo estadual, que irá arcar com os custos da nova tecnologia. Somente depois as informações registradas pelo instituto serão migradas para o novo programa. Quando estiver em funcionamento, a coordenadora acredita que vai ser possível, por exemplo, planejar vistorias em animais que vierem de Mato Grosso do Sul, que está sob vigilância por causa do registro de focos da febre aftosa. Para o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, essa ferramenta também vai beneficiar os produtores facilitando a emissão e o pagamento de guias. Segmento cobra agora que o Estado se integre o mais rápido possível à plataforma. Fernando Conte, produtor rural de Juara, conta que essa é uma reivindicação antiga. Como a unidade do Indea no município faz a emissão de guias de outros segmentos, como o madeireiro, existe uma sobrecarga de demanda e os produtores chegam a esperar horas nas filas para conseguir o documento.
Rastreabilidade – PGA também terá informações sobre o Sistema Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) e o Sistema de Informações Gerenciais do Sistema de Inspeção Federal (SIGSIF). Ambos devem ser lançados até o fim deste ano. Das 108,354 mil propriedades registradas na Superintendência Federal de Agricultura em Mato
Grosso (SFA), apenas 423 fazem parte do Sisbov. Eniô José de Arruda Martins, Chefe do Serviço de Sáude animal SFA, explica que a rastreabilidade é uma exigência da União Europeia para exportação de carne bovina.