O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, disse na sexta-feira (30) que o embargo russo às carnes exportadas por vários frigoríficos brasileiros, incluindo todos do Rio Grande do Sul, Paraná e de Mato Grosso, "está chegando ao fim". Apesar do otimismo do ministro, que falou por telefone com jornalistas após uma reunião, em Moscou, com a ministra da Agricultura da Rússia, Yelena Skrynnik, nenhum frigorífico adicional recebeu autorização para exportar para o mercado russo durante a missão brasileira.
Mendes afirmou que técnicos brasileiros e russos vão se reunir na próxima semana em Buenos Aires para aprofundar discussões sobre novas avaliações de frigoríficos no Brasil. Ele disse que os russos querem ampliar as exportações de trigo para o mercado brasileiro, assunto que deve ser conversado com fornecedor.
O veto às carnes mato-grossenses impactou diretamente nas exportações da cadeia produtiva em Mato Grosso no mês de fevereiro. A questão, somada as crises vivenciadas pelo Oriente Médio e Europa, levou as exportações de carne do Estado caírem 11,21% na receita em fevereiro de 2012, ante o mês em 2011, uma queda de US$ 100,649 milhões para US$ 89,363 milhões. A retração foi puxada pelas carnes suínas e bovinas. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as quedas de 53,7% e 21,6%, respectivamente, são no comparativo com fevereiro de 2011.
Se levado em consideração somente a carne bovina US$ 53,015 milhões foram embarcados no segundo mês do ano, enquanto em 2011 haviam sido de US$ 67,642 milhões, redução de 21,6%. O embargo russo anunciado em 02 de junho de 2011 e em vigor desde 15 de junho proibiu a aquisição de carne de 22 frigoríficos mato-grossenses, destes 17 são de bovinos, três de suínos e dois de aves. No país 164 frigoríficos estão impedidos de enviar carne à Rússia.
Expectativas
Representantes de pecuaristas em Mato Grosso vem defendendo há algum tempo que é fundamental que o governo brasileiro resolva a questão do embargo russo. Na opinião dos produtores tanto o Estado, quanto o Brasil possuem um sistema sanitário muito avançado
e os abates de gado seguem as exigências internacionais, assim como toda a produção de carne mato-grossense. Para eles, não existe justificativa para a persistência do veto russo.