O 1º Seminário Perspectivas para o Confinamento 2012 – Dentro e Fora da Porteira, realizado terça-feira (20), na sede da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), em Cuiabá, apontou as novas tendências do setor para os próximos anos. Em Mato Grosso, das 29 milhões de cabeças de gado, 700 mil foram criadas em confinamentos no ano passado – número que pode aumentar 10% em 2012, por conta da queda do preço do milho, que deve ficar entre 10% a 15% mais barato ante 2011, e pelo preço acessível do boi magro, que vai para o confinamento.
O analista de pecuária da Famato, Carlos Augusto Zanata, apresentou um panorama geral da pecuária no Estado e analisou a evolução do rebanho confinado nos últimos cinco anos, que cresceu 480% – passando de 117 mil cabeças, em 2005, para 763 mil, em 2011. “O rebanho aumentou, mas a área de pastagem diminuiu, e essa é uma tendência que deve se prolongar pelos próximos anos, com aumento do número de animais confinados em Mato Grosso nos meses da entressafra”, observa.
Já o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidonio, falou sobre as perspectivas para o mercado agropecuário em Mato Grosso. “O confinamento deve crescer puxado pelo ‘boom’ agrícola. O aumento da produção de grãos, que somente na safra 2011/2012 de soja deve chegar a 22 milhões de toneladas e 10 milhões de toneladas de milho, vai impulsionar o confinamento no Estado. Muitos pecuaristas devem, inclusive, produzir grãos utilizados em seus confinamentos, uma modalidade de Integração Lavoura-Pecuária”, explica.
Segundo o diretor executivo da Famato, Seneri Paludo, o confinamento é uma prática que vem atraindo os pecuaristas que procuram se informar sobre o assunto, com estudo e análise de mercado de maneira aprofundada. “Os produtores procuram estudar sobre o assunto, que é a nova tendência da pecuária em Mato Grosso. Diante disso, é importante que a Famato faça parte de eventos como este que discutem e ampliam as informações sobre o tema”, analisa.
Seminário – O evento foi uma realização da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) em parceria com a Novanis Tecnologia em Produção Animal e contou com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
A Famato é a entidade que representa os 86 sindicatos rurais existentes em Mato Grosso. Junto com Imea e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), forma o Sistema Famato.