Nos próximos 10 anos, a produção de suínos em Mato Grosso deve evoluir 180%, a de aves 116%, de bovinos 80% e de soja 64%, conforme projeções recentes do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Para atender o crescimento agropecuário e garantir a competitividade estadual, será realizado um mapeamento das atividades laborais que mais necessitam de qualificação no meio rural, durante workshop promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), na próxima semana.
Entre os dias 19 e 22 de março, representantes de 16 cadeias produtivas do Estado apresentarão as principais demandas para melhorar o desenvolvimento de cada atividade, com apoio de técnicos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), de Minas Gerais. Evento foi anunciado durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (16), na sede do Senar.
Conforme explica o superintendente do Senar, Tiago Mattosinho, a intenção é antecipar o cenário de oportunidades, ampliando a oferta de emprego. Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, acrescenta que atualmente a mão de obra qualificada, atuante no setor agropecuário estadual, já é insuficiente, sendo necessário contratar trabalhadores de outras regiões do país. “A falta de profissionalização no meio rural é um dos gargalos, além de outros, como a logística de transporte”.
Prado prevê que para atender o crescimento da produção agrícola e pecuária, o Estado terá que fortalecer a qualificação dos trabalhadores. Acrescenta que desde a criação do Senar, em 1993, foram qualificados aproximadamente 300 mil trabalhadores. Para os próximos anos, a intenção é dobrar esse número, alcançando um contigente de 600 mil. Durante todo ano passado, foi atendida uma média de 45 mil trabalhadores, sendo que 600 pessoas passaram por cursos de alfabetização.
“O Senar também tem feito esse trabalho que é responsabilidade do poder público, porque existem máquinas com computador de bordo e instruções em inglês, então, para o trabalhador que não lê direito nem em português, é um problema ainda maior”.