Até 2014, Mato Grosso terá um rebanho de 4,6 milhões de bovinos machos prontos para o abate, cerca de 15% a mais do que o previsto para 2012, de 4 milhões de animais. Machos são preferência no abate tanto pelos frigoríficos quanto pelos pecuaristas e a arroba chega a valer 10% a mais que da fêmea. Esta evolução, porém, está aquém do que deverá ser abatido na época, uma vez que a expectativa é que neste ano 5 milhões animais sejam processados nas plantas mato-grossenses.
Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) publicou a estimativa de produção na pecuária para os próximos 2 anos e aponta a necessidade de continuar abatendo fêmeas para suprir a demanda. Segundo o levantamento, em 2011, dos 4,8 milhões milhões de animais abatidos, 44,6% foram de fêmeas, um dos maiores índices da série histórica, iniciada em 2003, atrás somente de 2005 e 2006, quando devido à crise no segmento, os produtores abriram mão das fêmeas para priorizar os machos.
Luciano Vacari, superintendente da Acrimat, explica que neste ano que passou, o volume processado pelos frigoríficos só foi atingido devido ao abate de fêmeas. Porém, a consequência desta ação é redução do número de bezerros, comprometimento do rebanho e valorização dos animais para cria. Entre 2010 e 2011, o abate de fêmeas subiu 46%, passando de 1,48 milhão para 2,17 milhões de cabeças e representou 18% do total de animais com mais de 24 meses.
Pesquisas apontam que até 19% significa que o rebanho continua crescendo, e acima disso ele passa a reduzir. Neste mesmo período, o número de bezerros caiu 3,5%, atingindo 6,81 milhões de cabeças. Esta dinâmica é conhecida como ciclo da pecuária. Vacari explica que de tempos em tempos aumenta o número de bezerros, que ficam mais baratos e então os produtores decidem abater a vaca. “É cíclico, quando reduz preço da novilha, abate a fêmea, e quando começa a faltar bezerro o preço sobe novamente e os produtores passam a criar mais fêmeas.
2012 – Luciano Vacari afirma que este ano Mato Grosso deverá atingir o abate de 5 milhões de animais ou superar esse volume. Segundo ele, a demanda interna está aquecida e mais mercados estão sendo abertos. Além disso, ele não descarta a volta da relação comercial com Rússia, que deverá impulsionar ainda mais a exportação. Para superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidônio, esta projeção deve se concretizar, até porque 2011 atingiu volume próximo a este.