Mato Grosso a cada ano confirma seu franco crescimento, tanto que em 2011 teve oito municípios entre as 115 cidades que mais exportaram no país. Rondonópolis, que seguiu na liderança estadual, ocupou a 52ª colocação com um volume de R$ 1,008 bilhão, 14,77% a mais que em 2010. Todavia, o grande destaque do ano foi Sorriso que saltou do 7º lugar em 2010 a 2ª posição em Mato Grosso e da 112ª colocação no ranking nacional para 65ª, após aumentar em 140,16% o volume exportado, um salto de US$ 334,8 milhões em 2010 para US$ 827,1 milhões em 2011.
Segundo especialistas e o setor do agronegócio, o bom resultado deve-se ao fato de Mato Grosso ampliar sua área e produção no mesmo nível, além da industrialização estar forte no interior do Estado. Tendência é continuar em alta as exportações, principalmente com o câmbio e o preço das commodities favoráveis.
Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que revelam também que nas exportações do Estado Rondonópolis teve participação de 9,08% dos US$ 11,099 bilhões enviados para o exterior em 2011. Já Sorriso 7,4% de participação.
Segundo o MDIC, Nova Mutum permaneceu em 3º no ranking estadual e teve um crescimento de 58,87% no volume exportado, um aumento de US$ 453,9 milhões para US$ 784,4 milhões. No ranking nacional o salto foi da 78ª posição para a 70ª. Sapezal que em 2010 ocupava a 2ª colocação no Estado e 70ª no país caiu para 4º e 87º lugares, contudo as vendas registraram alta de 11,69%, passando de US$ 549,03 milhões para US$ 620,6 milhões.
Já Campo Novo dos Parecis teve aumento de 44,77% nos envios registrando US$ 545,5 milhões em 2011. O município que em 2010 ocupava as 6ª e 104ª colocações no ranking estadual e nacional subiu para 5ª e 95ª respectivamente. Primavera do Leste exportou US$ 489,2 milhões, 65,78% a mais que 2010 o que lhe proporcionou o 6º e 103º lugar no ranking estadual e nacional contra o 8º e 124º de 2010. Lucas do Rio Verde subiu do 9º e 137º lugar para 8º e 112º, após crescimento de 72,51% no volume, que atingiu US$ 436,07 milhões em 2011.
Expansão de área – Conforme o economista Edisantos Amorim, o que levou a tais incrementos de volume, e consequentemente nas colocações, como foi o caso de Sorriso, foram os aumentos de áreas e produção, "que por sinal caminharam juntos". "Além disso, estamos com a industrialização crescente. O câmbio e o preço das commodities ajudaram também".
O diretor financeiro da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Nelson Piccoli, salienta que o interior do Estado está criando estruturas comerciais e industriais que auxiliam no aumento das exportações. "Em Sorriso, por exemplo, foi criado um cooperativismo entre os produtores que estão vendendo sem passar pelas tradings. Lucas do Rio Verde e Nova Mutum seguem crescendo devido a industrialização, pois os investidores querem cada vez mais estar próximo da matéria-prima".
Competitividade- Quanto a Rondonópolis liderar o ranking estadual e ocupar a melhor posição no nacional, o diretor de relações institucionais da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rogério Romanini, frisa que a questão deve-se a sua localização privilegiada. "Rondonópolis é a porta de entrada e saída de Mato Grosso para os portos do Sul e Sudeste. Além disso, é sede das principais tradings".
Piccoli comenta que o município seguirá líder "até que a ferrovia e a hidrovia cheguem ao nortão do Estado". "A partir daí a competitividade aumentará", acrescenta. Para 2012 a expectativa, segundo as entidades e o especialista, é que as exportações iguais ou superiores ao ano passado. "Poderemos ter um incremento, porém ainda não sabemos precisar, em decorrência a quebra da safra 2011/2012 no Sul do país e da Argentina, além da retração causada na produção de grãos dos Estados Unidos devido excesso de chuvas", comenta Piccoli.