O porto de Santana, antigo porto de Macapá, no estado do Amapá, vai começar a operar com grãos de Mato Grosso no máximo em 2013. A expectativa é que o novo corredor de exportação mato-grossense deva escoar cerca de 800 mil toneladas de soja proveniente do Estado já no primeiro ano. Com isso, a safra 2012/2013 já contará com um novo caminho para a exportação. A informação é do presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Carlos Fávaro, que visitou o local na última quarta-feira (25).
O porto recebeu investimentos do governo federal na casa dos R$ 200 milhões para as obras de adequação, que devem ficar prontas ainda neste ano, além de investimentos do grupo mato-grossense Agrosoja, empresa de comércio e exportação de grãos. Conforme explica o diretor-presidente da Companhia de Docas do Amapá, responsável pela administração do porto, Riano Valente, o governo federal investiu aproximadamente R$ 200 milhões para as obras de adequação do modal, que devem ficar prontas ainda este ano.
"Um grupo empresarial de Mato Grosso também está no Amapá, trabalhando para que o novo corredor de exportação esteja pronto para iniciar operações ainda este ano e a partir daí poderemos escoar os grãos de Mato Grosso", comenta.
Segundo o presidente da Aprosoja-MT, Carlos Fávaro, a notícia foi recebida com bastante otimismo pelo setor, que anseia por novos gargalos para o escoamento da produção de grãos de Mato Grosso. "Com a conclusão da BR-163 a produção mato-grossense será transportada por caminhões pela rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163), até o porto de Miritituba, no Pará, de lá sairá em barcaças, passando pela frente de Santarém (Pará) até chegar em Macapá, para tomar o destino dos mercados internacionais. O porto tem uma posição geográfica privilegiada, permitindo conexão com portos de outros continentes, além da proximidade com Caribe, Estados Unidos e União Europeia", explica.
As regiões centro-norte e noroeste do Estado serão as principais beneficiadas com mais este corredor de escoamento da produção agrícola, segundo Fávaro. "Os grãos produzidos nos municípios ao longo da BR-163 poderiam sair por Santarém ou por Santana, melhorando nossa competitividade e diversificando o modal de transporte atual".
O presidente da Aprosoja-MT também lembra que a capacidade de produção de grãos de Mato Grosso, principalmente a soja, dá condições para que se abra novos caminhos para a exportação. "A produção cresce a cada ano, somente nesta safra deverão ser colhidos 22 milhões de toneladas, ou seja, há demanda para abertura de novos portos para o escoamento da produção mato-grossense.
O Porto – O porto de Santana, em Macapá, no Amapá, tem capacidade de escoamento de 6 milhões de toneladas. Atualmente, as cargas predominantes que saem do país pelo modal são a cromita, manganês, madeira, cavaco de eucalipto e pinus, biomassa, minério de ferro e pasta de celulose. A reportagem tentou contato com a empresa Agrosoja, mas não obteve retorno.