O combate a ferrugem asiática em Mato Grosso deverá gerar custos de R$ 200 milhões a R$ 250 milhões aos produtores de soja que terão que fazer aplicações extras de fungicida. A estimativa é do presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja), Glauber Silveira.
Os sojicultores deverão subir o número de aplicações de produtos nas lavouras de dois para a até cinco, evitando a propagação da doença, pelo Estado que já registra o maior número de casos, 41 até agora.
Conforme explica o presidente da Aprosoja, Gláuber Silveira, a conta pode ser feita multiplicando o tamanho da área destinada a soja em Mato Grosso, que na safra 2011/12 foram 6,9 milhões de hectares pelo preço do fungicida, e em média US$ 20. "O preço do fungicida vai de US$ 12 a US$ 20. Se você pegar os US$ 20, multiplicado pela área, já teríamos mais de 250 milhões em custos extras".
Ainda segundo ele, o clima chuvoso facilita ainda mais a propagação da doença e torna necessário a maior quantidade de aplicações de fungicida. "No clima mais seco, podese colher a soja tendo feito apenas duas aplicações e meia. Com a chuva, que é propício à doença, é preciso fazer mais aplicações, chegando a até cinco", comenta Silveira.
O presidente da Aprosoja Brasil, Gláuber Silveira alerta dos produtores a não descuidarem das lavouras, atentando não só para a ferrugem asiática, mas também para outras doenças que podem atingir as plantas, como a mancha alta. "É como a dengue, se a pessoa cuida do seu quintal e o vizinho não cuida do dele, todos correm o risco de serem acometidos pela doença. Então é importante que os produtores não desatentem e cuidem de suas lavouras para evitar a maior propagação da doença", pontua.
Situação – Embora preocupante, a ferrugem asiática está controlada no Estado, que registrou até agora 41 focos da doença. De acordo com o presidente da Aprosoja-MT, Carlos Fávaro, a incidência da doença acontece em todas as safras, a diferença deste ano é que a doença chegou cerca de 20 dias antes do que em relação ao ano passado. "No ano passado os primeiros focos começaram a aparecer por volta do dia 20 de janeiro, já este ano logo no início do mês já houve incidência, principalmente pelo fato de que este ano começou a chover mais cedo do que na safra passada".