A alta produtividade e os bons preços das commodities levaram Mato Grosso a encerrar 2011 com um superavit na balança comercial de US$ 9,521 bilhões, 27,59% superior aos US$ 7,462 bilhões registrados em 2010, e com participação de 31,95% da balança comercial brasileira. Em 2011, o Estado exportou US$ 11,009 bilhões, impulsionados pelo complexo soja, responsável por 61,92% das vendas do último ano. Já as importações somaram US$ 1,578 bilhão.
No ano passado Mato Grosso foi o 8º maior exportador do Brasil. Somente para a China as vendas aumentaram 53,06% em 2011, frente a 2010. Os dados são da Secretária de Indústria, Comércio, Minas e Energia de Mato Grosso (Sicme-MT), com base em informações da Secretária de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic).
Segundo o relatório, as exportações de 2011 foram 31,33% superiores a de 2010, saltando de US$ 8,451 bilhões para US$ 11,009 bilhões. Já as importações cresceram 59,61%, passando de US$ 988,9 milhões para US$ 1,578 bilhão. No Centro-Oeste, a participação de Mato Grosso nas exportações é de 54,14% dos US$ 20,8 bilhões enviados em produtos. Somente mês de dezembro US$ 8,358 milhões foram exportados, 32% a mais que no ano de 2010 .
De acordo com o economista Edisantos Amorim, tanto Mato Grosso quanto o Brasil em 2011 foram beneficiados pela alta produtividade e os bons preços das commodities, o que ajudou a elevar a arrecadação com as exportações. “Além disso, tivemos a crise financeira internacional, principalmente da China, país este a qual o Brasil firmou parcerias para as vendas. As importações cresceram devido a isso, ou seja, com o dólar desvalorizado pode-se comprar mais. A crise financeira valorizou o real, enquanto desvalorizou as demais moedas”.
Produtos – O complexo soja foi responsável por 61,92% dos envios para o exterior. Em 2011 comercializou US$ 6,782 bilhões, 34,2% superior aos US$ 5,120 bilhões de 2010. Somente soja em grãos US$ 4,773 bilhões foram enviados para o exterior, 45,1% a mais que no ano anterior. Já em farelo o envio cresceu 5,7% encerrando 2011 com US$ 1,642 bilhão vendidos. Em óleo de soja foram comercializados 66,6% a mais que 2010, com isso em 2011 as vendas somaram US$ 448,736 milhões.
O milho rendeu a Mato Grosso 25,1% a mais nas exportações em 2011, frente a 2010, um salto de US$ 1,346 bilhão para US$ 1,684 bilhão. O cereal possui uma participação de 15,18% nas exportações do Estado. Já o algodão teve crescimento de 80,8% na arrecadação, aumento de US$ 405,127 milhões em 2010 para US$ 732,327 milhões em 2011.
Para o produtor e presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Laércio Pedro Lenz, 2011 foi um ano excepcional para o setor agropecuário, não só em Mato Grosso como em todo país. “A alta produção e os bons preços das commodities definitivamente nos ajudaram a ter este resultado, porém já sabemos que em 2012 não será igual para o país, pois deveremos enviar mais para os outros estados brasileiros para suprir suas demandas em decorrência às quebras de safra, em especial para o Sul do país. Para o exterior, o que depende é em como nossa produção se comportará”.
China – A aquisição de produtos do agronegócio mato-grossense por parte da China cresceram em 2011 53,06% em relação a 2010, consolidando o país como seu maior cliente. A evolução foi de US$ 2,294 bilhões de 2010 para US$ 3,512 bilhões no ano passado. A participação da China na compra de produtos mato-grossenses foi de 31,64% no ano passado.
Segundo o economista, as parcerias econômicas entre Brasil e China ajudaram neste incremento. Os Países Baixos (Holanda) compraram de Mato Grosso US$ 960,224 milhões ano passado, 20,53% superior a 2010. Já a Tailândia 6% a mais, adquirindo um total de US$ 701,710 milhões em 2011.