A vacinação contra a febre aftosa em bovinos e bubalinos com idade entre 0 e 12 meses na região de fronteira Mato Grosso e Bolívia terá início em 1º de fevereiro. A etapa já faz parte do calendário mato-grossense de vacinação.
Segundo o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), apesar da Bolívia fazer fronteira com o Paraguai, onde dois casos de febre aftosa foram registrados em três meses, Mato Grosso confia no controle de trânsito animal boliviano. Mesmo assim, o monitoramento de animais será realizado.
Há mais de 15 anos livre da febre aftosa com vacinação, o setor pecuário e o Indea-MT frisam que os focos registrados no Paraguai não trazem riscos para Mato Grosso, visto que o Estado não faz fronteira com o país, tanto para os animais quanto para o âmbito de mercado.
Conforme a coordenadora do Centro de Doenças Animais do Indea-MT, Daniella Bueno, desde que o primeiro foco da doença foi registrado no Paraguai, Mato Grosso está monitorando a entrada de animais de Estados vizinhos ao país afetado desde então. "Agora em fevereiro temos a etapa de vacinação contra a febre aftosa na região de fronteira com a Bolívia, que faz divisa com o Paraguai. Apesar desta questão, estamos tranqüilos, pois confiamos no controle boliviano de trânsito de animais", comenta a coordenadora do Indea-MT.
Os animais a serem vacinados estão localizados em propriedades de Cáceres, Porto Esperidião e Vila Bela da Santíssima Trindade em um raio de 15 quilômetros de fronteira com a Bolívia. Em 2011, 100% do rebanho nesta área foi vacinado, um total de 102 mil cabeças de bovinos e bubalinos. Rebanho total mato-grossense, até 2010, era de 28,5 milhões de cabeças.
Para o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José João Bernardes, apesar do Estado não correr o risco de ser afetado, quando se trata de América Latina é preciso estar sempre alerta. "O propósito da vacinação já leva em conta a consideração de risco da doença, por isso é preciso que o pecuarista não deixe de imunizar seu rebanho, mesmo Mato Grosso estando há mais de 15 anos sem a incidência da aftosa".
PRECAUÇÕES
Devido a nova incidência da doença no Paraguai, identificada em propriedade na localidade de Aguaray Amistad, no Departamento de San Pedro, a cerca de 30 quilômetros do foco notificado em setembro de 2011, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na segunda-feira (02) anunciou ações imediatas que serão adotadas para evitar que o vírus atinja o rebanho dos Estados brasileiros (Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) que fazem fronteira com o país.
Entre as decisões tomadas está a suspensão temporária das importações de carnes de bovinos oriundos do Departamento de San Pedro. Além disso, o foi retomada a desinfecção dos veículos procedentes do Paraguai. Outra medida foi a reativação da Sala de Situação para alerta sanitário nos Estados de fronteira com o Paraguai.
De acordo com nota do Mapa, todos os eventos agropecuários no Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai, foram suspensos. Uma missão técnica brasileira será enviada para a verificação dos controles de origem dos animais abatidos e as condições de processamento das carnes exportadas ao Brasil, entre outras medidas.