Na agropecuária, os valores das contratações reduziram, apesar do aumento no número de liberações para o segmento. No último ano, foram emprestados R$ 743,3 milhões pelo BNDES ao setor, volume 12,54% inferior ao de 2010, quando chegou a R$ 849,8 milhões. Total de operações no acumulado dos 10 meses de 2011 chegou a 3,218 mil, volume 17,15% ao de 2010, quando se manteve em 2,747 mil.
Valor dos financiamentos também reduziu para produção de alimentos e bebidas no ano passado. O segmento que contratou R$ 66,9 milhões em Mato Grosso, volume 75,25% menor que o acumulado em 2010, quando chegou a R$ 270,3 milhões. Número de operações, porém, cresceu 37,45%, totalizando 345 em 2011, ante 251 em 2010. Para produção de papel e celulose, a redução no valor dos empréstimos foi de 69,19%, totalizando R$ 300 mil em 2011, ante R$ 1 milhão em 2010. Porém, a procura por crédito aumentou, fechando outubro de 2011 com 30 operações, 7,14% acima de 2010, quando as contratações pelo segmento chegou a 28.
Para geração de energia elétrica, a retração no volume de recursos
emprestados chegou a 52,99% no último ano, resultando na liberação de R$ 162,3 milhões, contra R$ 345,1 milhões em 2010. Foram realizadas 28 operações de crédito para o setor energético em 2011, quantidade 34,88% menor que em 2010, se comparada às 43 contratações realizadas no período.
Coordenador de operações do Banco da Amazônia, Manoel Piedade Pereira da Silva, explica que estes setores foram afetados por algumas mudanças no cenário econômico. No caso da agropecuária, a legislação ambiental dificultou a liberação de crédito para os produtores
rurais, impactando no valor dos empréstimos concedidos, que foram mais pulverizados para a agricultura familiar.
Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, acrescenta que a renegociação das dívidas pelos grandes produtores como Banco do Brasil, um dos maiores financiadores da produção estadual, pesou no resultado das operações realizadas via BNDES em 2011. Ele diz que os grandes são os que mais procuraram o BNDES.
Na área de alimentos e bebidas, as liberações foram maiores por empresas de pequeno e médio porte, completa Silva.