O Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa) do Paraguai confirmou, por meio de nota, o surto de febre aftosa em uma fazenda do Departamento de San Pedro. A constatação foi anunciada após exames feitos pelo Laboratório Central da Saúde Animal e Qualidade Nacional da entidade, que comprovaram a "presença do vírus tipo O" de febre aftosa. Após a confirmação, o governo de Mato Grosso do Sul vai intensificar as ações de fiscalização sanitárias na fronteira com o país vizinho. A estratégia foi definida em uma reunião ontem pela manhã na sede da Superintendência Federal de Agricultura (SFA), em Campo Grande.
Mato Grosso, maior produtor de bovinos do Brasil, com mais de 29 milhões de cabeça, não faz fronteira com o Paraguai, mas o estado de alerta serve para todos os municípios que façam fronteira com Mato Grosso do Sul. Os mais próximos são os territórios na região que compreende o Pantanal, que está presente nos dois estados.
De acordo com a secretária da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur), Tereza Cristina Corrêa da Costa, a fiscalização em Mato Grosso do Sul está reforçada desde ontem, com o envio de mais fiscais para as barreiras sanitárias fixas e móveis existentes na fronteira, além do auxílio, segundo ela, de policiais militares e do DOF (Departamento de Operações da Fronteira). O governo de Mato Grosso do Sul vai pedir ao Ministério da Defesa a volta do Exército e ainda apoio da Marinha.
Conforme a secretária, por conta deste período de alerta, leilões e feiras agropecuárias estão proibidos (até segunda ordem) de serem realizados nos 11 municípios que fazem fronteira com o Paraguai. Além disso, os pecuaristas destas localidades terão que ir até uma unidade da Iagro (Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) para a emissão da GTA (Guia de Trânsito Animal).
Outra medida que poderá ser tomada pelas autoridades brasileiras é a interrupção da importação de carne da região onde foi detectado o foco. "Essa questão será decidida pelo ministério (Agricultura)", afirmou o superintendente em exercício da SFA, Celso Martinez, explicando que a carne que o País importa do Paraguai já vem desossada, procedimento que elimina o vírus.
Segundo ele, as autoridades paraguaias agiram rápido ao detectar o foco de aftosa. "Eles agiram rapidamente e todas as medidas regulares de padrões internacionais estão sendo tomadas pelas autoridades do Paraguai", destacou.
O Ministério da Agricultura brasileiro informou que ainda não foi comunicado oficialmente sobre o foco de aftosa, mas está discutindo o assunto internamente e com os estados de fronteira com o Paraguai. No dia 2 de dezembro, o Brasil retomou as importações de carne bovina maturada e desossada paraguaia, que tinham sido suspensas em setembro, quando foi detectado um foco no mesmo Departamento de San Pedro. (Colaborou Marianna Peres)