No próximo dia 15 de janeiro o embargo russo às carnes mato-grossenses completa sete meses e produtores e frigoríficos de bovinos, suínos e aves do Estado ainda aguardam com anseio o fim do entrave. No final de janeiro, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, irá encontrar-se com autoridades russas em Berlim, na Alemanha, durante evento. A intenção é suspender o veto.
A reunião com as autoridades russas ocorrerá durante a passagem do ministro pela maior feira agrícola e alimentícia do mundo, na Alemanha. Na oportunidade Ribeiro Filho tentará dissipar a resistência
da Rússia aos produtos brasileiros. Atualmente, o único frigorífico de carne suína com autorização para comercializar carne para a Rússia está localizado em Rio do Sul, em Santa Catarina.
Em 2011, a Rússia importou 930 mil toneladas de carne brasileira, passando de segunda maior compradora do produto para terceira, ficando assim atrás do Japão que adquiriu 1,2 milhão de toneladas em 2011 e da combinação Hong Kong e China que compraram até dezembro cerca de 1,6 milhão de toneladas.
De acordo com o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José João Bernardes, é fundamental que o governo brasileiro resolva a questão. "Tem que ver de fato o que a Rússia quer para nos adequarmos, pois tanto Mato Grosso, quanto o Brasil possuem um sistema sanitário muito avançado. Nossos abates seguem as exigências internacionais, assim como a produção". Para Bernardes não existe justificativa para a persistência do embargo.
O embargo russo anunciado em 02 de junho de 2011 e em vigor desde 15 de junho proibiu a aquisição de carne de 22 frigoríficos mato-grossenses, destes 17 são de bovinos, três de suínos e dois de aves. No país 164 frigoríficos estão impedidos de enviar carne à Rússia.
Conforme a Folha do Estado já informou, um dos setores da pecuária mais atingidos foi o de suínos, visto que a Rússia era o principal cliente. Em recente entrevista à Folha do Estado, o diretor executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues, comentou que 2011 nas vendas de carne suína só não foi um ano ruim devido o consumo interno ter aumentado e a novos mercados, como os países da Ásia, terem sido aberto para o setor.
Entre 29 de novembro e 09 de dezembro técnicos do Serviço Federal de Fiscalização Sanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) estiveram no Brasil visitando frigoríficos e propriedades rurais. Em Mato Grosso foram cinco frigoríficos.
QUEDAS
As exportações mato-grossenses de carne suína em 2011, até novembro, registraram retração de 48,2% ante 2010 em decorrência ao embargo russo somada a crise financeira europeia, faturando apenas US$ 34,859 milhões e 47% de queda no volume enviando apenas 12,67 mil toneladas.
Já a bovina recuou 13,6% enviando apenas um volume de 177,9 mil toneladas e ampliou 14,9% no faturamento, adquirindo US$ 722,9 milhões. As saídas de aves, devido o mercado asiático, aumentaram 46,7% no faturamento registrando US$ 401,4 milhões e 24,5% enviando 196,3 mil toneladas. (Com informações Diário Catarinense e Canal Rural)