Ainda com muito espaço para crescer, o mercado da ovinocultura registrou conquistas importantes em 2011. Houve aumento no rebanho, no número de produtores e de animais expostos em eventos e crescimento no abate. O Imposto Sobre Comercialização de Mercadorias e Serviços (ICMS) também teve um incremento de 298%, se comparado ao período de 2007 a 2010.
Outra boa novidade é a implantação de 2 novas plantas frigorificas em Mato Grosso, sendo uma em Terra Nova do Norte e outra em Pontes e Lacerda. Além dos bons resultados de 2011, há também a expectativa do aumento de consumo neste fim do ano.
O gestor da cadeia produtiva ovino-caprinocultura junto ao programa MT Regional da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf), Paulo de Tarso, explica que 80% da carne de ovinos consumida no Brasil são importadas, especialmente do Chile, Paraguai e Argentina. "Isso mostra que apesar dos avanços do mercado em 2011, ainda há muito espaço para conquistar".
Paulo garante que há incremento no consumo de fim de ano, mas ainda não há índices oficiais que comprovem o crescimento. E aumento foi a palavra mais utilizada para descrever os resultados do setor da ovinocultura em 2011.
Só neste último ano, 228 novos produtores entraram para a atividade. A primeira parceria pública privada (PPP) abateu pelo menos 6 mil animais a mais que o último número registrado, referente ao período de 2007 a 2010. Também houve ampliação e melhora na qualidade das plantas frigoríficas.
Mas apesar dos bons resultados, ainda há um longo caminho a ser percorrido até que todos os elos da Cadeia Produtiva da Ovinocultura se concretize em Mato Grosso. Os produtores ainda enfrentam dificuldades, a qualidade do rebanho precisa ser melhorada e o custo de produção tem que ser diminuído. Além disso há outros fatores do desenvolvimento do Estado que prejudicam o crescimento da ovinocultura. A logística para escoamento da produção é um deles.
O criador e empresário do setor, Alonso Silvestre da Silva, de Alta Floresta, diz que a principal dificuldade enfrentada pelos ovinocultores em sua região ainda é a comercialização do produto. Além disso, Alonso também reclama do alto custo de produção.
Ele diz que a qualidade da carne produzida em Mato Grosso é boa e concorre com a carne importada. "O problema é o custo de produção. A carne importada chega a um preço bem mais em conta no Brasil porque os criadores de outros países têm o subsídio do Governo".
Alonso cria e compra cordeiros, abate, embala e vende 100% da produção na região. Na opinião dele, o nicho de carne de cordeiros ainda é pequeno, mas há muito espaço para crescer. Alonso conta ainda que em sua região, todos os criadores aumentaram o seu rebanho. "Mas é preciso qualificar estes produtores que ainda não têm um manejo adequado".
Outra solicitação, desta vez do criador de Colíder, Jonas Amaral, é uma campanha mais agressiva para divulgar a carne ovina. "Assim como fazem com a carne suína e a de peixe. Seria muito importante para o setor". Jonas também reclama dos abates clandestinos que ocorrem no interior de Mato Grosso.
Mesmo com as dificuldades e ainda sem ter dados oficiais sobre o setor, todos estão otimistas com o crescimento para 2012. Paulo de Tarso ressalta que o aumento das redes de supermercados na Grande Cuiabá também contribuíram para o aumento do consumo. "Conquistamos muito mais pontos de vendas e, isso facilita mais a comercialização do produto".