A área plantada com soja, em Mato Grosso, será maior do que a inicialmente projetada pelo próprio Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que revisou para cima as estimativas realizadas em outubro deste ano. Conforme números apresentados no início da semana, a área plantada ficará muito próxima dos 7 milhões de hectares, que se confirmados implicarão em um aumento de 3% em relação ao levantamento anterior que previa uma ocupação de 6,78 milhões de hectares, volume que já era recorde no Estado.
A revisão, segundo o Imea, refletiu a movimentação dos últimos meses. Observou-se que incorporação de áreas de pastagem em desuso ou com baixa competividade, em especial no nordeste de Mato Grosso, e que estão sendo convertidas para a agricultura. Segundo dados do Imea o incremento na região foi de 30,7% com relação à safra passada, saindo de 694.200 hectares em 2010/11 para 907.200 neste ciclo.
Com relação à produtividade, o superintendente do Imea, Otávio Celidônio, destaca que o Instituto está trabalhando com projeções e com base na média do Estado, que é de 52,9 sacas por hectare. Dentro deste cálculo a estimativa é de que a produção de soja alcance 22,16 milhões de toneladas, volume que, se confirmado, será recorde, assim como a área plantada.
Apesar do otimismo em relação ao rendimento do grão por hectare cultivado, Celidônio faz questão de esclarecer que o Imea ainda não analisou se as regiões afetadas pelos recentes períodos de seca terão influencia e qual será o tamanho dela sobre a produtividade. Lavouras localizadas no noroeste do Estado, como, por exemplo, em Sapezal (480 quilômetros de Cuiabá), estiveram por até 21 seguidos sem chuva, estiagem que reduziu o volume hídrico do solo e pode ter afetado o desenvolvimento das plantas. Em média as lavouras ficaram sem água por cerca de 12 a 15 dias e, contabilizando o volume de chuvas, havia locais que até o começo do mês registravam menos de 350 mililitros, o menor desde 1989.
“O sul e o oeste enfrentaram um período de instabilidade e irregularidade de chuvas que trouxe prejuízos para muitos produtores. Temos relatos de replantio e ainda não sabemos o quanto isto irá impactar no resultado final do Estado. Ainda é cedo para afirmar se teremos recorde de produção de soja em Mato Grosso, por mais uma temporada”.