Os números sobre o uso de defensivos agrícolas no combate de pragas revelam um fato significativamente positivo: os produtores rurais vêm se mostrando preocupados em melhorar o manejo da lavoura quando aplicam os produtos. Esta é a conclusão da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), sobre os resultados do levantamento realizado
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os dados divulgados dia 06/12 revelam que das 2.488 amostras analisadas, 72,4% estão em plena conformidade com a legislação e as boas práticas agrícolas. Dos 18 tipos de alimentos, em 8 culturas não ocorreu nenhuma inconformidade, (0,0%). "É o caso, por exemplo, da alface, batata, cenoura e do pimentão. Este fato mostra um uso racional e correto de defensivos", destaca Eduardo Daher, diretor executivo da Andef.
"Em relação às culturas nas quais foram identificados resultados acima do Limite Máximo de Resíduos (LMR) é necessário esclarecer que, no geral, os valores de inconformidade obtidos, de 3,6%, são baixos e igual aos encontrados em programas de monitoramento em países onde se pratica uma agricultura de escala. E, ao observar apenas as amostras que apresentaram índices acima do LMR, o resultado é ainda mais positivo: 1,7%", explica o dirigente.
Ainda segundo Daher, a entidade e suas associadas apoiam o permanente
monitoramento de resíduos dos alimentos por parte dos órgãos governamentais. "Somada às iniciativas de empresas dos setores da indústria e do comércio de alimentos, tais análises são importantes para garantir a saúde dos consumidores brasileiros e as boas práticas agrícolas".
Entre os programas de monitoramento de resíduos em alimentos realizados no país, destacam-se o Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Produtos de Origem Vegetal (PNCRC), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MAPA, e o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, PARA, coordenado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, vinculada ao Ministério da Saúde.
"A Andef acredita que os monitoramentos realizados são úteis para reforçar o treinamento contínuo dos agricultores para as boas práticas agrícolas", afirma o dirigente da Associação. Essas práticas incluem a aplicação dos defensivos agrícolas seguindo as recomendações do receituário agronômico e da bula e o uso de EPIs (equipamento de proteção individual). De acordo com a Lei 4.074, de 2002, a tarefa de extensão rural e educação do agricultor é responsabilidade dos ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente e da Saúde.