Crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mato-grossense perdeu força entre 2008 e 2009 registrando avanço de 7%. No comparativo entre 2007 e 2008 o incremento foi de 25%. Mesmo assim, o Estado atingiu em ano de crise o montante de R$ 57,294 bilhões (na soma das riquezas do Estado), volume que chega a ser 52% superior à marca de 2005, quando o PIB estadual somou R$ 37,446 bilhões. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (23).
Há 2 anos, quando o mundo passava pela crise desencadeada em 2008, Mato Grosso conseguiu manter o crescimento e o PIB saltou de R$ 53,386 bilhões para R$ 57,294 bilhões. Variação de 7,3% superou a marca do país, que no mesmo intervalo cresceu 6,8%. Entre as unidades do Centro-Oeste, o resultado foi o terceiro melhor, atrás de Goiás, com R$ 85,615 bilhões e do Distrito Federal, que somou R$ 131,487 bilhões em 2009. Mato Grosso do Sul contabilizou PIB de R$ 36,368 bilhões.
Setor de serviços, que envolve comércio, é o mais participativo no PIB do Estado, com 54,5% do total ou R$ 31,225 bilhões em 2009. Comércio e serviços de manutenção e reparação foram os maiores responsáveis pela movimentação.
Vice-presidente da Federação do Comércio e de Serviços de Mato Grosso (Fecomércio/MT), Hermes Martins, explica que apesar de ser um ano considerado de crise, algumas medidas de governo na época, como redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) contribuíram para a manutenção do consumo do brasileiros, inclusive dos mato-grossenses. Além disso, o representante afirma que a prestação de serviço tem ganhado espaço e também trabalhadores, o que faz a receita aumentar.
Agropecuária teve a participação reduzida entre 2008 e 2009 de 29,4% para 28,6% do total do PIB e somou R$ 16,386 bilhões em 2009. Superintendente do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidônio explica que esta relativa perda de participação pode representar, na verdade, um crescimento do setor industrial que estaria beneficiando os produtos agrícolas e pecuários, o que na verdade se trata de uma transformação do PIB.
Indústria realmente foi o único setor da pesquisa que apresentou crescimento na participação do PIB do Estado, com R$ 9,688 bilhões, o
que representa 16,9%, um ponto percentual a mais do que em 2008. Economista Vítor Galesso considera o processo de beneficiamento das commodities um dos motivos para esta evolução na participação.
Segundo ele, agropecuária é somente o que é produzido dentro das porteiras e que com a instalação de indústrias para processamento da
produção a denominação do PIB muda. Mas segundo ele, o que deve ser considerado é o crescimento de 7%, visto que entre 2008 e 2009 o cenário econômico não era positivo internacionalmente. No Brasil, o PIB passou de R$ 3,032 bilhões para R$ 3,239 bilhões.