Mato Grosso já conta para o ano safra 2011/2012 com 50% a mais em volume de financiamentos liberados pelo Banco do Brasil que a safra 2010/2011. Entre julho e outubro, R$ 1,47 bilhão foram disponibilizados ao setor produtivo empresarial e familiar, enquanto no período em 2010 as cifras foram de R$ 980 milhões.
Somente para o custeio da atual safra o Banco do Brasil já liberou R$ 1,05 bilhão, 45% a mais que na safra 2010/2011 quando R$ 723,4 milhões foram financiados. Já para investimentos a liberação é de R$ 270,2 milhões na atual safra, 112,7% superior à safra passada quando R$ 127
milhões foram liberados aos produtores.
Apesar do incremento, 90% do custeio para produção continua a vir das multinacionais, revendedoras e recursos próprios dos produtores, segundo entidades. Conforme dados do Banco do Brasil, para a comercialização da safra 2011/2012 foram disponibilizados em linhas de crédito R$ 150 milhões, 97,8% a mais do que no ciclo 2010/2011,
quando R$ 75,8 milhões foram liberados.
"O ano safra 2011/2012 teve início em julho com as liberações de crédito aos produtores. De julho a outubro os números de financiamentos liberados foram 50% superior ao período no ano safra 2010/2011. O Banco do Brasil atribui isso a disponibilidade de recursos por parte do governo federal na hora certa para os produtores que iniciam nesta época a aquisição de insumos para o plantio", comenta o gerente de mercado do agronegócio do Banco do Brasil, Anderson Scorsafava.
Para o diretor administrativo da Associação dos Produtores de
Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Carlos Fávaro, o aumento de financiamentos já liberados em relação à safra passada é um grande avanço, "pois, mostra que o governo federal está se preocupando com o produtor, contudo ainda é pouco".
Fávaro comenta que hoje apenas 10% do custeio da produção em Mato Grosso é financiada com recursos do governo federal. "Cerca de 60% do custeio da produção hoje é proveniente das multinacionais e revendedoras e aproximadamente 20% é de recursos próprios. Se tais 60% fossem de recursos do governo federal nós teríamos maior competitividade no mercado, pois o produtor que não acessa esse crédito acaba buscando financiamento a juros internacionais", diz o diretor administrativo da Aprosoja-MT.
Fávaro salienta que o produtor só não adquire mais recursos federais devido o processo burocrático que passa na hora em que solicita o financiamento. "O problema é a burocracia, pois a taxa de juros dos recursos do governo federal são compatíveis com a da atividade".
MILHO
A busca de financiamentos para a safra 2011/2012 do milho safrinha, de acordo com Scorsafava, teve início em setembro, sendo que tradicionalmente os valores eram disponibilizados aos produtores em janeiro, bem dizer no início do plantio. A antecipação irá auxiliar o
produtor na hora do planejamento da safra, em especial na aquisição dos insumos.
De acordo com Fávaro, tal antecipação para o custeio do milho safrinha tem animado os produtores. Em relação ao endividamento dos produtores, Fávaro comenta que com os bons preços das commodities os produtores
hoje estão conseguindo recuperarse financeiramente e conseguindo quitar seus empréstimos.