Cerca de 350 cabeças de gado serão abatidas em Mato Grosso para prevenir a disseminação de doenças, entre elas a encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como doença da vaca louca. Durante fiscalização feita pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Instituto Mato-grossense de Defesa Agropecuária (Indea), foi detectada a utilização de proteína animal na alimentação dos animais, o que pode causar a doença.
Os bovinos são provenientes de propriedades localizadas nos municípios de Nova Marilândia, Mirassol D’Oeste, Tangará da Serra, Diamantino e Alta Floresta. No total, serão 504 fazendas fiscalizadas até o final do ano, sendo que cerca de 400 já foram visitadas pelos órgãos em todo o Estado. Neste ano, 32 animais já foram abatidos no município de Denise (208 km de Cuiabá), pela mesma ocorrência e outras três propriedades aguardam resultados laboratoriais.
Os proprietários dos rebanhos foram notificados e têm 30 dias para encaminhar os animais para um frigorífico cadastrado pelo Indea, que abaterá os bovinos, retirando o tecidos do cérebro e da medula (áreas
que podem ser afetadas pela doença), podendo ser vendidos normalmente.
"Retirados os tecidos que podem ser afetados, a carne pode ser comercializada sem problemas, pois não está contaminada", explica o veterinário Hernani Machado, responsável pelo Programa de Prevenção da Raiva e Outras Encefalopatias do Indea.
De acordo com o veterinário Hernani Machado, responsável pelo Programa de Prevenção da Raiva e Outras Encefalopatias do Indea, exames identificaram o uso da chamada cama de aviário, formada de restos de ração, penas, substratos e fezes na alimentação dos ruminantes.
"É importante lembrar que a utilização de qualquer proteína de origem
animal na alimentação é proibida. No caso, a cama de aviário oferece riscos sanitários para os bovinos porque a ração utilizada para alimentação dos frangos contém entre seus ingredientes a farinha de carne, que pode originar a doença."
"É válido lembrar que nunca houve ocorrência da doença no Brasil, no entanto o governo mantém o alerta para proteger o rebanho deste mal, principalmente em Mato Grosso, Estado que possui o maior número de cabeças de gado do país, cerca de 29 milhões de animais", frisa Machado.
A doença da vaca louca surgiu em 1986 na Europa e é a segunda
maior barreira sanitária do mundo. A primeira é a febre aftosa.