Após 11 anos Mato Grosso conta com uma nova “Matriz Insumo-Produto Mato Grosso”, considerada uma das principais ferramentas de análise para dar apoio à tomada de decisões para formulação de políticas públicas do Estado no que se refere ao desenvolvimento econômico. O estudo foi realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em parceria com o governo de Mato Grosso e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As análises referemse ao ano de 2007, visto ser o ano com dados mais concretos atualmente, em especial no
IBGE.
Ao contrário da matriz nacional, no qual o IBGE avalia 55 setores e 110 produtos, a organização dos dados de insumoproduto de Mato Grosso foi dividida em 78 setores e 110 produtos. Conforme a coordenadora do trabalho, professora doutora da UFMT Margarida Figueiredo, na Matriz Insumo-Produto de Mato Grosso foram destrinchados os setores de agricultura, silvicultura e exploração florestal, que no IBGE é apenas um setor.
“Neste setor abrimos 10 em Mato Grosso. Do setor de pecuária e pesca do IBGE abrimos outros seis aqui e de alimentos e bebidas outros nove,
ou seja, dividimos por segmento”.
A coordenadora do trabalho comenta que, apesar das informações referirem-se ao ano de 2007, elas ainda são válidas, visto que a estrutura produtiva e econômica do Estado não sofre alterações significativas em curto e médio prazo. “Com essa matriz em mãos podemos calcular o PIB das principais cadeias produtivas do agronegócio, criar cenários e diversas projeções a respeito dos indicadores econômicos dos setores, pois a matriz é feita a cada cinco anos. O projeto é para atingir os gestores públicos e formadores de
políticas públicas para que se possa ver o que mais carece de atenção”. A 1ª matriz de Mato Grosso foi realizada em 1999 e segue a metodologia do IBGE.
GARGALOS
Segundo o superintendente do Imea, Otávio Celidonio, com este trabalho é possível mapear os gargalos da economia do Estado, prever impactos que podem surgir de possíveis alterações no cenário econômico e identificar os setores que mais possuem potencial, bem como mostrar a relação de indicadores de produção, emprego e renda.
“Levamos 10 meses para construir essa matriz. Os trabalhos começaram em 2010. Esse trabalho é importante porque mostra a força do agronegócio de Mato Grosso para a população, e para o poder público dar mais atenção”.
De acordo com o diretor executivo da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Seneri Paludo, o Estado precisava saber seus reais números econômicos. “É um grande passo, uma ferramenta a mais para aprendermos mais sobre o desenvolvimento econômico e social de Mato Grosso”.
Paludo comenta que hoje o mesmo trabalho é realizado em cerca de outros quatro estados. Na opinião da secretária-adjunta da Secretaria
de Estado de Planejamento (Seplan-MT), Rejane Berchieli, com os dados em mãos será possível agora planejar as políticas públicas do desenvolvimento econômico do Estado.