O Conselheiro de Assuntos Agrícolas da Embaixada norte-americana no Brasil, Bob Hoff, está impressionado com o desenvolvimento agropecuário do Centro-Oeste. Em visita a Mato Grosso desde o último domingo, ele passou por Rondonópolis, Primavera do Leste e Cuiabá com o objetivo de se familiarizar com a produção agrícola local. Ontem (16), após encontros na Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), conversou com a imprensa local.
Hoff também que já esteve no Brasil na década de 70 e 90 afirma de maneira categórica que o que chama atenção não é somente o aumento na produção de grãos, mas especialmente, o aumento na produtividade graças ao uso de tecnologia. Comparando os períodos, ele lembrou que em 20 anos, o aumento na produção brasileira de grãos cresceu aproximadamente 180%, mas a expansão em áreas plantadas foi menor que 25%.
O conselheiro também ressaltou o espírito empreendedor dos produtores rurais no Estado. "Na década de 70, a maior parte da produção agrícola se concentrava no Sul do país. Muitas famílias resolveram apostar e se mudaram para Mato Grosso com a expectativa de investir tudo e deu certo. Agora, além de ser o maior produtor, Mato Grosso tem perspectivas muito boas no quesito tecnologia, disponibilidade de terras e espírito empresarial. Estou muito impressionado com as mudanças aqui", avalia.
Na opinião do diretor executivo da Famato, Seneri Paludo, a presença de Bob Hoff, em Mato Grosso, e a troca de informações entre ele e as instituições do setor agrícola mostram o interesse que a Famato tem em conhecimento. "O que a gente procura é trazer informação e transferi-la aos produtores mato-grossenses para que isto se transforme em renda, dentro e fora do campo".
O superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidônio, complementa que "ter esse contato é fundamental e mostra que, se eles estão aqui querendo a nossa opinião também, é porque estamos no caminho certo". Hoff ressaltou ainda que o Brasil e os Estados Unidos são os países melhores preparados para atender à demanda mundial de alimentos, por isso a importância de manter as relações estreitas e manter este intercâmbio de informações.
PARCERIAS – O Brasil e os Estados Unidos têm trabalhado diversas parcerias em pesquisas por meio do Serviço de Pesquisa Agrícola dos EUA e da Embrapa. Entre os assuntos abordados estão biotecnologia, nanotecnologia e estudo genético dos animais e plantas. Bof Hoff explica que estes projetos visam interesses agrícolas do país, além da promoção das exportações. "Se os Estados Unidos tem ótimos cientistas e o Brasil também, por que não trabalhar em conjunto?", propõe.
Ele explica que atualmente há diversas parcerias formais entre o governo dos EUA com o Ministério das Relações Exteriores e entre o Departamento Agrícola dos Estados Unidos (Usda) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Fora isso, ressalta que ainda são muitas as parcerias informais. "Tenho plena certeza de que haverá mais parcerias para o futuro. A conjuntura é propícia para isso".