As parcerias entre entidades agropecuárias mato-grossenses e dos Estados Unidos (EUA) estão ajudando a fomentar a produção de Mato Grosso. Através das trocas de informações e tecnologias com países como EUA entre as safras 2001/2002 e 2010/2011 a produção de grãos em Mato Grosso cresceu 95,1%, um salto de 15,86 milhões de toneladas
para 30,949 milhões, conforme dados da série histórica de safras da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab).
Após 14 anos sem visitar o Brasil, o conselheiro de Assuntos Agrícolas da Embaixada norteamericana no Brasil, Bob Hoff, nesta semana realiza uma visita a Mato Grosso. Ele comenta que esteve no Estado em 1997 e que etá impressionado com o desenvolvimento da agropecuária. "A região Centro-Oeste como um todo está crescendo devido à agropecuária, principalmente Mato Grosso".
Hoff comenta que há 13 anos o Serviço Agrícola de Pesquisa (ARS) do Departamento Agrícola dos EUA (USDA) possui parceria com a Embrapa e em 2010 foi renovada para mais cinco anos. "A USDA está no Brasil para ampliar o intercâmbio entre os dois países. Temos cientistas da Embrapa na USDA, onde estes passam três anos trabalhando em conjunto em diversas questões, principalmente sobre a biotecnologia, bem como técnicos nossos no Brasil coletando informações sobre produção e
realizando pesquisas".
Segundo Hoff, as perspectivas para o Brasil são boas para o agronegócio, visto que hoje o país e os EUA poderão suprir no futuro a demanda mundial de alimentos. "Há terra para plantar e gente interessada em fazer isso. A maior prova é Mato Grosso, que há
14 anos não tinha quase nada de terra em uso e hoje é um dos maiores produtores do país e do mundo".
Questionado sobre parcerias com entidades como a Famato e Aprosoja-MT, Hoff comenta que tais parcerias são fundamentais tanto para os Estados Unidos quanto para Mato Grosso. "Nossa parceria com as entidades de Mato Grosso são formais, tanto que sempre os convidamos para
palestras e enviamos técnicos e produtores para cá com o intuito de trocar experiências".
IMPORTÂNCIA
O diretor executivo da Famato, Seneri Paludo, salienta a importância das trocas de experiências. "Hoje, o Brasil e os EUA estão iguais em
tecnologias. O intercâmbio de gestão e troca de informações são muito importantes, prova é o quanto Mato Grosso está crescendo na produção agropecuária".
Recentemente técnicos da Famato estiveram em missão nos EUA, juntamente com produtores e sindicatos rurais, em um intercâmbio para conhecer a pecuária de corte norte-americana. "Mato Grosso possui mais
de 25 mil produtores. Através desses intercâmbios e missões técnicas estamos buscando novas informações e tecnologias para passar a esses
produtores. O fato do USDA estar nos visitando ou qualquer outro país para saber como está o nosso desenvolvimento nos mostra que estamos no caminho certo", afirma Paludo.
De acordo com o superintendente do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidonio, a entidade utiliza muito os relatórios elaborados pela USDA para mostrar e comparar como está o desenvolvimento do Estado ante o mercado mundial.
Conforme dados da Conab, Mato Grosso deverá produzir na safra 2011/2012 cerca de 31,662 milhões de toneladas, sendo que 21,026 milhões são de soja. O Imea prevê colheita de 21,52 milhões de toneladas.