O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, apresentará, nesta sexta-feira (11/11), ao secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Carlos Vaz, as primeiras propostas de linhas de financiamento para criação de gado em confinamento e semiconfinamento que deverão integrar o Plano Nacional da Pecuária. Essa será a primeira reunião entre a CNA e o Mapa para discutir a elaboração do Plano Nacional da Pecuária. Até o início de dezembro, a CNA apresentará a proposta final e as sugestões acatadas deverão ser anunciadas no próximo Plano Safra.
As sugestões têm o objetivo de contribuir para o aumento da produtividade da pecuária nacional. Segundo Antenor Nogueira, o Brasil pretende conquistar os mercados asiáticos e exportar carne in natura para os Estados Unidos, mas para isso precisa aumentar a produtividade. "A pecuária brasileira tem tudo para crescer. Mas o produtor precisa de condições para investir nas propriedades", defende Nogueira. Entre as propostas encaminhadas, está o pedido de renovação da linha de crédito de até R$ 750 mil para a aquisição de reprodutores e matrizes bovinas ou bubalinas, anunciada no Plano Safra 2011/2012. Além da renovação, a CNA pretende incluir a possibilidade de usar os recursos desse financiamento para a aquisição de material genético, como sêmen e embriões, com o objetivo de melhorar a qualidade do rebanho. A CNA propôs também a criação de um mecanismo de apoio à comercialização e para aquisição de insumos pelos grandes produtores e confinadores. Atualmente, os limites de financiamento atendem somente aos pequenos e médios produtores.
Em relação à produção sustentável, o comitê gestor do Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) está avaliando a inclusão do sistema de criação de bovinos em confinamento e semi-confinamento, entre as práticas contempladas com as linhas especiais de crédito do programa. No sistema de confinamento os animais são alojados em uma área restrita, sendo que os alimentos e a água são fornecidos no cocho. Comparado ao sistema tradicional de criação no pasto, o sistema de confinamento proporciona a diminuição de áreas de pastagem e a redução das emissões dos gases do feito estufa (GEE) por quilograma de carne produzida.
Caso o sistema de confinamento seja incluído entre as práticas de produção de sustentável, os produtores poderão contratar financiamentos com as vantagens das linhas de crédito do Programa ABC, como taxa de juros de 5,5% ao ano, carência de oito anos e prazo máximo para pagamento de 15 anos.