Diferença social em Mato Grosso registra um dos menores índices do país conforme levantamento do Instituto de Economia Aplicada (Ipea) sobre a evolução da desigualdade no rendimento domiciliar per capita analisando os municípios brasileiros. Entre 2000 e 2010 houve uma queda de 10 pontos.
Índice Gini é um indicador que varia de zero a 1, em que quanto mais próximo de zero menor é o nível de desigualdade. Em 2000, Mato Grosso registrava 0,22 e em 2010 esta variável reduziu para 0,12, o que aponta melhor distribuição de renda. Queda apontada pelo Ipea é de 44,5%, atrás somente de marcas alcançadas por Roraima e Paraíba entre
1980 e 2010.
Economista Vivaldo Lopes explica que esta mudança precisa ser somada ao aumento de postos de trabalho e também à redução de famílias vivendo em situação de extrema pobreza. “O conjunto destes indicadores sinaliza o vigor da economia mato-grossense e que este crescimento também é distribuído de melhor forma”.
Influências para a mudança de perfil econômico, segundo Lopes, são a industrialização e aumento da geração de empregos também no setor de serviços. “São mercados que exigem mais qualificação dos trabalhadores e consequentemente tem melhor remuneração. Estamos reduzindo a dependência econômica do agronegócio”.
Para economista Luceni Grassi, esta queda do índice Gini aponta que as atividades econômicas estão com maior renda e que esta renda está chegando a mais pessoas. Segundo ela, em Mato Grosso havia regiões em que se concentravam a geração de renda e outras de muita pobreza e que isso está mudando. “Existem mais municípios crescendo e distribuindo renda no Estado”.
No Centro-Oeste, Mato Grosso ainda é a unidade com maior índice, porém foi o que mais reduziu o nível de desigualdade nos últimos anos. Goiás registrava em 2000 Gini de 0,18 e 10 anos depois registrou 0,11. Mato Grosso do Sul passou neste intervalo de tempo de 0,17 para 0,11 e o Distrito Federal não aparece na pesquisa.
Maior concentração de renda no Estado foi identificado em 2000, com 0,22. Nos anos de 1980 e em 1991 o índice registrado era de 0,21, o que demonstra que houve alta na concentração antes da desigualdade diminuir consideravelmente.