Profissionais de diversos setores do agro se reuniram nesta terça-feira (25) em uma sala de aula no prédio da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo (SP).
Juntos, eles assistiram a palestras e participaram de dinâmicas no workshop “Gestão avançada da sustentabilidade no agronegócio – os novos fundamentos para o marketing do setor”.
Na abertura do evento, o professor José Luiz Tejon, coordenador do núcleo de agronegócio da ESPM, falou aos participantes sobre os desafios e a importância da conscientização para o consumo sustentável.
Em seguida, Fernando Feitoza, gerente de educação para sustentabilidade da Fundação Espaço ECO, colocou em debate as metodologias de socioecoeficiência, conjunto de elementos desenvolvido pela Basf e hoje aplicados em diversas empresas como InpEV, Votorantim, Fibria, Santista e até a rede de escola de idiomas Yázigi.
O sistema permite uma análise aprofundada de questões da cadeia produtiva e da atividade da empresa, levando em conta a sustentabilidade. Entre os indicadores estão, por exemplo, a análise do impacto ambiental contínuo de todo o processo produtivo da cadeia, redução do uso de matérias-primas, intensificação da reciclagem, prolongamento da durabilidade dos produtos e agregação de valor por meio de ações ecologicamente corretas.
Com isso, as empresas podem tomar decisões estratégicas, baseadas em dados que buscam a melhoria contínua dos processos. Feitoza falou sobre a importância do desenvolvimento contínuo da sustentabilidade.
“Ela não é um estado definitivo. O grande valor está em promover um exercício permanente de melhoria, para que possamos avançar ainda mais na aplicação de seus conceitos.”
Segundo ele, ao contrário do que muitos pensam, a sustentabilidade não é apenas mais um modismo. Isso porque com o aumento do poder aquisitivo das pessoas, junto com a maior renda, vem também a exigência de produtos melhores, com qualidade e produção sustentável.
“Com isso, as empresas são forçadas a adotar padrões de produção mais equilibrados. Este é um dos motivos pelos quais a sustentabilidade não é uma onda passageira”, afirmou.
Na opinião de Emiliano Milanez Graziano da Silva, gerente de ecoeficiência da Fundação Espaço ECO, a educação tem papel fundamental para que a sociedade tenha consciência do consumo responsável. “As pessoas não consomem só um produto, mas sim os valores e o desafio que eles agregam”. Ele explica que hoje, sustentabilidade se tornou parte importante da estratégia de negócios das empresas.
Dinâmicas
Para fixar os conceitos debatidos, duas dinâmicas foram propostas aos participantes. A primeira desafiava os alunos a definirem a partir da semente de soja, quais os impactos da cadeia produtiva em termos de consumo de energia e recursos naturais, cuidados ambientais, entre outros aspectos.
Na última dinâmica, os participantes, divididos em grupos, foram convidados a criar uma empresa de artesanato, que iria apresentar seus produtos a um comprador estrangeiro. Durante o exercício, os “empresários” foram questionados por Feitoza sobre condições de trabalho na empresa, uso de resíduos e instalações físicas. Ao final, o desempenho dos grupos foi avaliado segundo as metodologias do conceito de ecoeficiência.
Entre as participantes do workshop estava Fabíola Lara. Analista de registro da Basf, ela conta que apesar de não ser a sua área de atuação, foi ao evento para adquirir conhecimento. Durante a dinâmica, sua loja fictícia, junto com dois outros colegas, produziu réplicas de animais da Mata Atlântica em argila, peças que foram avaliadas por Feitosa segundo os conceitos discutidos em sala.
Ao final, a equipe venceu o desafio por produzir de forma mais sustentável e com menor custo. Para ela, as informações adquiridas nas palestras ajudam no dia a dia, na hora de consumir. “Depois que tive filhos, passei a me preocupar muito mais com a sustentabilidade e o impacto que causamos com nossas ações. Sei que atitudes simples terão impacto no mundo em que eles viverão no futuro”, ponderou.