Faz mais de 20 anos que o preço mínimo estabelecido para o milho não é cumprido no Brasil. O alerta é de Alysson Paolinelli, presidente-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho). Ele explica que a cultura está em pleno crescimento no país, mas poderia evoluir muito mais se as políticas públicas fossem cumpridas e incentivadas corretamente.
“O Brasil tem capacidade para dobrar ou mesmo triplicar a produção de milho, mas, infelizmente, ainda existem alguns entraves que prejudicam o setor”, comenta o executivo. Segundo ele, o País é o único no mundo capaz de manter uma produção de qualidade o ano todo. “É importante criar uma cultura contínua para o grão e é isso que a Abramilho incentiva para os agricultores”.
Além da garantia de preço mínimo, Paolinelli afirma que é necessário que o governo melhore os financiamentos, o crédito rural, as condições de escoamento e logística para o produto e, mais importante, ofereça o seguro para os milhocultores. “Todos os países do mundo garantem seguro rural para seus grandes produtores. Apenas no Brasil isso não acontece”.
De acordo com o presidente-executivo, o País se encontra em um momento favorável, com ótimos preços, condições climáticas para a cultura e diversas tecnologias disponíveis. “As modernas máquinas e sementes muito mais produtivas nos colocam em condições de competir com os maiores produtores do mundo. Somos capazes de nos tornar o grande exportador de milho, e isso traria muitos benefícios para o Brasil”.
Integração da cadeia é importante para milho
“Avicultores, suinocultores, e produtores de insumos, fertilizantes e sementes devem se unir aos milhocultores em prol de toda a cadeia produtiva”, observa Paolinelli. Para ele, essa estratégia de unificação é a mais inteligente, já que cada setor depende do outro. “Boa parte da produção é destinada para consumo de aves e suínos. Dependemos deles para consumir nossa produção e eles dependem de nós para garantir alimentação aos seus animais”.