Produtores mato-grossenses aguardam decisão do Banco do Brasil quanto à aprovação de um novo prazo para pagamento dos depósitos relativos às operações de créditos vencidas até junho de 2010. Entrada correspondente a 10% do valor dos financiamentos estava prevista para
ser quitada até 30 de setembro, mas com a greve bancária, muitos produtores não conseguiram cumprir o compromisso, justifica o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), Rui Prado.
Prorrogação foi pleiteada pela entidade no dia 5 de outubro. Por enquanto, segundo informações do BB em Brasília, ainda não há um
posicionamento sobre o assunto. Desde setembro de 2010 até agora,
758 produtores de Mato Grosso conseguiram renegociar as dívidas, em operações envolvendo um montante de R$ 421 milhões. Nestes casos, o banco alonga o prazo máximo de pagamento para até 10 anos, desde que 40% da dívida seja paga em até 5 anos, sem atrasos.
Outra vantagem que o banco oferece é a correção da data de vencimento da dívida até a renegociação, aplicando o Índice de Reajuste de Poupança (IRP) com mais 1% de juros ao mês, sendo que após a renegociação os encargos serão de IRP mais 0,5% ao mês. As dívidas são
referentes a operações de investimento, custeios prorrogados, Programa de Financiamento da Agricultura Familiar (Pronaf), securitização, Cédula Produtor Rural (CPR), Financiamento de Máquinas
e Equipamentos (Finame).
Para o produtor rural e vicepresidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan, ampliação do prazo deveria ser aplicada para todas as contratações, incluindo aquelas posteriores a junho de 2010. “Pedimos que os juros sejam reduzidos e alongados para todos”. Produtor Elson Pozzobon afirma que no último ano o produtor se capitalizou mais, por causa dos preços melhores do milho, soja e algodão. “Aqui em Sorriso não tem muitos inadimplentes”.
Rui Prado lembra que o papel da entidade é orientar os produtores para evitar o endividamento na gestão de safras futuras, disponibilizando informação sobre gestão rural e qualificação do produtor.