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20/10/2011

O custo Brasil ataca o campo

Fonte: siteadmin
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O paranaense Ricardo Tomczyk, de 35 anos, é um dos 5 000 produtores de soja de Mato Grosso. Todo ano, após a colheita da safra, ele depara com um problema logístico para escoar a produção. Os grãos produzidos por Tomczyk percorrem 1 200 quilômetros de sua fazenda em Rondonópolis, no sudeste do estado, até chegar ao porto de Santos.

No trajeto pelas rodovias rumo ao litoral, o preço da soja aumenta em média 25%. Nos Estados Unidos, o principal competidor do Brasil no mercado de soja, a mesma carga viaja em média 150 quilômetros para ser embarcada. Não bastasse a distância mais curta, o meio usado é a ferrovia.

O resultado é um custo de transporte irrisório, comparado ao brasileiro. “Nossa infraestrutura de transporte precisa ser mudada antes que se torne impossível competir com outros países”, diz Tomczyk.

A desvantagem logística é apenas uma das adversidades que encarecem a produção de produtores como Tomczyk. Responsável por 15% do abastecimento mundial de soja, o campo brasileiro está sob o ataque de uma praga que vem corroendo sua competitividade: o custo Brasil.

É a mesma que em outros setores, em especial a indústria, chega ao ponto de destruir a viabilidade dos negócios. A vantagem que o país tinha sobre seus maiores concorrentes globais já foi perdida em algumas culturas. Soja, açúcar, carne e celulose deixaram de ser produtos em que o Brasil é um campeão imbatível.

A perda da competitividade vem se acumulando ao longo dos anos. O custo médio de produção da soja brasileira era 45% menor do que o da americana em 2003. Oito anos depois, a vantagem trocou de lado: agora o custo americano é que é 38% inferior. No caso da celulose, já há praticamente um empate entre o custo para produzir no Brasil e o custo nos Estados Unidos.

O suco de laranja perdeu metade da margem que tinha em relação aos produtores da Flórida. “Definitivamente, o Brasil se tornou um país caro”, afirma André Nassar, diretor-geral do Icone, um centro mantido por empresas do agronegócio para estudos sobre o comércio exterior. “Para continuar a ganhar mercados, precisamos ser mais competitivos em custos gerais.”

Transporte, impostos e mão de obra são os itens que mais sobrecarregam o produtor brasileiro. Mais recentemente, a valorização do real se somou a esses fatores. A moeda mais forte tem impacto sobre o preço de fertilizantes e defensivos, em grande parte importados.

Até agora, a alta do preço das commodities no mercado internacional evitou um desastre, compensando o aumento dos gastos dos produtores. Mas isso pode mudar. “Se a China desacelerar seu crescimento devido à crise internacional e reduzir a demanda por commodities, os preços podem cair”, diz Mauricio Muruci, analista da consultoria Safras & Mercados.

No setor de cana-de-açúcar, a elevação do custo de produção achatou a margem de lucro dos produtores nos últimos três anos. De 2005 a 2010, os custos para colher 1 tonelada de cana aumentaram 44% em dólares. Isso gerou problemas em série. Com rentabilidade menor, os plantadores deixaram de investir na renovação das mudas.

Em consequência, a produtividade das lavouras diminuiu. O resultado foi o encarecimento do produto final que é exportado — o açúcar. Neste ano, o açúcar indiano apresentou um custo de produção 33% inferior ao brasileiro. Líder mundial, com mais de 95% do volume de açúcar produzido voltado para o mercado interno, a Índia tem aproveitado a alta dos preços para exportar seu excedente.

Os indianos compensam seu baixo índice de mecanização com investimento constante na renovação da lavoura. O canavial, renovado com frequência, atinge produtividade de 100 toneladas por hectare. Os canaviais brasileiros, em sua maior parte envelhecidos, produzem, em média, 69 toneladas por hectare.

“A redução da rentabilidade e a falta de recursos para investir apertaram o cinto do produtor brasileiro”, diz Celso Franco, fazendeiro de cana de Sud Mennucci, cidade do noroeste de São Paulo, e presidente da União dos Produtores de Bioenergia. Há uma espécie de depressão nesse setor no Brasil atualmente.

Depois de viver um boom de projetos há cinco anos, os investimentos em usinas e canaviais esfriaram — mais recentemente também devido a problemas no preço do etanol. Na última safra de cana, a produção brasileira caiu quase 6%.

Franco calcula que serão necessários investimentos de 10 bilhões de reais para ocupar 2 milhões de hectares com novas mudas e revigorar o setor canavieiro. Por ora, não há sinal de retomada dos projetos.

No mercado externo, a queda da competitividade já causa recuo. Recentemente, o Brasil perdeu uma posição que havia conquistado em 2003: a liderança na exportação mundial de carne bovina. Com preço inferior e agressividade comercial, os americanos assumiram a ponta em julho deste ano.

Abriram mercados que ficaram fechados por anos para eles devido a um surto de doença da vaca louca. O Brasil ainda não consegue convencer mercados como o do Japão de que tem um sistema sanitário seguro. E o custo de produção aqui não ajuda: subiu 60% acima da inflação desde o início do real.

Com isso, o ganho líquido, que era de 40% por arroba de boi na década de 70, caiu para 17% neste ano. A escalada dos fatores que compõem o custo Brasil aumentou a velocidade de queda nos últimos anos. “O custo está chegando perto do preço”, diz Maurício Nogueira, da consultoria Bigma.

Nesse quadro, vantagens naturais são quase anuladas. As florestas plantadas para a produção de celulose aqui, graças ao clima, crescem mais depressa do que nos países concorrentes. O solo permite o plantio de 80% mais árvores numa mesma área. Mas os custos crescentes de logística e a carga de impostos vêm tirando a vantagem brasileira sobre o produto similar americano.

O custo de produção da celulose no Brasil já foi 29% menor do que nos Estados Unidos. Em três anos, os americanos praticamente igualaram o jogo. Uma vantagem que o produtor brasileiro mantém é o baixo preço da terra. Mas é uma condição com os dias contados.

“A valorização da terra é um processo sem volta”, diz Glauber Silveira, presidente da Associação dos Produtores de Soja. Mesmo em condição de igualdade crescente, o agronegócio brasileiro tem tudo para continuar a ser competitivo — desde que a praga do custo Brasil seja atacada com rapidez.

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