A alta do preço da carne bovina vem assustando os consumidores mato-grossenses. Em Cuiabá, no mês e setembro, o preço do quilo de alguns de alguns cortes chegou a apresentar uma variação de até 35%, se comparado com o mês em 2010. O aumento médio no período foi de 18,95%. Já na relação de agosto com setembro deste ano, o acréscimo foi de 6,2%. Os dados são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Na comparação do mês passado com o mesmo período de 2010, as peças de carne bovina que mais tiveram reajuste são o acém, que subiu 35,84%; o contrafilé que sofreu variação de 34,35% e a picanha com acréscimo de 29,28% no valor do quilo. Em alguns açougues da capital, o preço deste corte pode chegar até a R$ 29,90. O gerente de uma casa de carnes na região da rodoviária, Antônio Luiz, confirma o panorama registrado pela pesquisa. De acordo com ele, desde julho vem desembolsando mais na hora de comprar a carne para revender. O aumento, prossegue, chega a até 16%. Para não ter prejuízo tem sido obrigado a repassar aos clientes a diferença.
“Antes eu pagava R$ 5 pelo quilo, mas já na última semana, por exemplo, cheguei a pagar R$ 5,80”. Luiz também se diz preocupado que alta afete as vendas de final de ano. “Estou preocupado porque com o preço subindo assim, eu sou obrigado a repassar aos clientes, que já estão reclamando do preço. Posso perder vendas se o aumento continuar, ainda mais com o final de ano chegando”.
Segundo o diretor comercial da rede Modelo, Altair Magalhães, a carga tributária interfere no preço do quilo da carne, principalmente em alguns cortes. “Temos muitas marcas e o preço pode variar de uma para outra, mas o consumidor tem o poder de escolher”. Magalhães também acredita que o preço deva aumentar com a proximidade do final de ano. “Nesta época a demanda aumenta muito, o que consequentemente eleva os preços”.
OPÇÕES
Com os valores elevados, os consumidores se veem obrigados a procurar outras alternativas na hora de ir às compras. É o caso da dona de casa Luciana Pereira. Ela conta que tem preferido trocar o tipo de corte por um mais barato ou até mesmo por frango, além de aumentar o consumo de verduras e legumes. “Toda semana quando venho ao açougue reparo que o preço subiu um pouco em relação à semana anterior, a gente acaba tendo que escolher outras coisas, consumir mais verduras, comprar um corte mais barato ou carne de frango”.