Era uma vez um livro que contava a história da soja no Brasil, com fotografias tão belas que… muita gente ateve-se às fotos e deixou de lado o importante conteúdo, tão bem contado pelo jornalista e escritor gaúcho Geraldo Hasse. "De todos os livros que escrevi, este foi o que requereu pesquisa mais intensa", diz.

Agora, para fazer justiça ao texto e à história da leguminosa que mudou a economia do País e foi responsável pela abertura do Centro-Oeste, a Editora Coruja lança A rainha do agronegócio – a história da soja no Brasil. O livro anterior é O Brasil da Soja, lançado em 1997, com fotos de Fernando Bueno.

"O grãozinho oriental ajudou o Brasil a acordar de um sonho litorâneo de 400 anos e o fez sair em marcha para o oeste e para o norte e fincou no Brasil Central as raízes de uma nova civilização", escreve Hasse. "Sem o menor respeito ambiental, é bom lembrar."

Não só por causa do texto, mas também por causa da dedicada pesquisa a partir de uma época em que soja não era nada aqui – os primeiros registros da leguminosa datam de 1882, num sítio na Bahia – a leitura de A rainha do agronegócio flui como se o próprio autor tivesse vivido naqueles tempos.

O livro vale a pena ser lido não só pelo setor agro, mas por historiadores, economistas e estudiosos de cultura, antropologia e nutrição. A leguminosa mudou hábitos alimentares – a substituição da banha de porco por óleos vegetais ocorreu graças à soja -, deslocou populações e ampliou exportações. São 125 páginas, a R$ 25, de uma aula sobre o poder do campo nas nossas vidas.