A safra agrícola 2011/12 começou de maneira oficial em Mato Grosso e com a distribuição de chuva pelas várias regiões do estado, produtores iniciaram o plantio da soja. As projeções para o próximo ano na unidade federada indicam uma tendência de alta e baixa para algumas cultivares. Somente a soja deve ter elevado em 4% o tamanho da área plantada, conforme indicativa do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). O incremento na área, que em 2010/11 chegou a 6,45 milhões de hectares, está relacionado principalmente à utilização de áreas de pastagens degradadas, uma vez que a legislação ambiental não permite a abertura de novas áreas no território. A cultura ganhará espaço principalmente nas regiões norte e nordeste do estado (Araguaia). Ao todo, Mato Grosso deve destinar à cultura 6,68 milhões de hectares. A produção esperada é de 21,3 milhões de toneladas ante as 20,8 milhões de toneladas do ano anterior.
De acordo com o instituto, os principais acréscimos de área para a oleaginosa estão programados para ocorrer em municípios como Gaúcha do Norte, Querência, Tabaporã e Porto dos Gaúchos, distantes, respectivamente, 595 quilômetros, 912 quilômetros, 643 quilômetros e 644 quilômetros de Cuiabá.
Itaúba, a 599 quilômetros da capital, Nova Canaã do Norte, 696 quilômetros, Matupá, 696 quilômetros, e Guarantã do Norte, 721 quilômetros de Cuiabá, também devem registrar um cenário de alta para o próximo ano. A produção da oleaginosa deve atingir, no próximo ano, 21,3 milhões de toneladas em Mato Grosso, conforme o IBGE.
O supervisor de Pesquisas Agropecuárias em Mato Grosso, Pedro Nessi, explica que os números para a cultura no próximo ano ainda podem sofrer alterações. Isto porque o instituto não mensurou ao prognóstico os dados relativos à região Nordeste do estado, o que deve ocorrer no próximo mês, durante visitação a municípios como São Felix do Araguaia, Bom Jesus do Araguaia, São José do Xingu, Santa Cruz do Xingu, Vila Rica e Confresa.O primeiro prognóstico da safra 2011/12 em Mato Grosso leva em consideração apenas o desempenho das culturas em primeira safra, como o milho, soja, arroz e feijão, além da mandioca, cana-de-açúcar, algodão (1ª, 2ª e 3ª safras).
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, diz que os preços atrativos pagos pela oleaginosa contribuíram para aumentar o interesse do sojicultor estadual. "Os preços estão em uma boa escalada e há uma tendência de expansão das áreas", disse, ao G1.
Algodão
Na safra 2011/12, o estado deve registrar pequena diminuição de área: de 719,5 mil hectares em 2010/11 para 693,9 mil hectares em 2011/2012. De acordo com o instituto, produtores não tradicionais da cultura, que em 2010/11 realizaram o cultivo atraídos pelos preços pagos, devem migrar.“No ano passado o preço da pluma chegou a R$ 120 e registramos uma área de 720 mil hectares. Este ano, como o preço não está satisfatório, alguns desses produtores que não eram tradicionais voltaram para sua produção. Mas pode ser que este cenário se modifique, pois vai depender de como estará o preço até dezembro”, observou o supervisor do IBGE.
Arroz
Para o arroz, cultura que nos últimos anos vem decrescendo a área plantada, a previsão é que no próximo ano ocorra uma nova diminuição do espaço destinado à cultivar. As projeções apontam para variação de 205 mil hectares a outros 168 mil hectares. A produção no próximo ano agrícola desta cultura deve atingir 542,9 mil toneladas. Em 2010/11 foram 654,7 mil toneladas.Desde 2006, o estado registra declínio nesta cultura. O preço pouco satisfatório, além da baixa oferta de áreas para cultivo, devem levar agricultores mato-grossenses a não investir nesta cultura no próximo ano.
Milho
Para o milho primeira safra, o prognóstico aponta para um pequeno incremento de área em relação ao ano anterior, indo de 72 mil hectares para 76 mil hectares. A produção estimada também deve apresentar alta: 339 mil toneadas a outras 387,1 mil toneladas.No levantamento de safra para o próximo ano, o IBGE destaca que o "preço do produto está bastante interessante, estimulando o plantio inclusive em primeira safra. A dificuldade de plantio da cultura é devido a toda a capacidade de armazenagem estar voltada para a soja neste período", destaca.