Na manhã desta terça-feira (08), a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) participou da 2ª edição do Climate Talks, série de eventos promovida pela Embaixada da Alemanha em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema/MT). A iniciativa faz parte da preparação do Brasil para sediar a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), marcada para 2025.
Representando a Famato, o Analista de Assuntos Fundiários e Indígenas, Dione Castro, participou de um dos painéis e destacou a importância de ampliar os investimentos em pesquisa agropecuária, desenvolvimento de tecnologias adaptativas – como cultivares resistentes –, manejo eficiente dos recursos hídricos e maior acesso à assistência técnica no campo.

Ele também reforçou que é essencial que as políticas públicas reconheçam e apoiem as práticas sustentáveis já adotadas pelos produtores, com foco na previsibilidade regulatória e na oferta de crédito rural direcionado à adaptação climática.
“A Famato tem atuado no fortalecimento da assistência técnica, no incentivo à adoção de tecnologias sustentáveis e no apoio à pesquisa agropecuária adaptativa, por meio do SENAR/MT e de parcerias com instituições científicas. Também promove ações de educação ambiental, monitoramento climático e contribui para políticas públicas que aliem segurança alimentar e estabilidade produtiva no campo”, destacou o analista.
Durante o evento, o consultor jurídico da Famato, Rodrigo Bressane, reforçou que o produtor rural mto-grossense tem plena consciência da necessidade de produzir com responsabilidade ambiental. Segundo ele, práticas sustentáveis já são realidade no campo, e têm sido estimuladas não apenas pela legislação, mas também pelos benefícios econômicos.
“O produtor sabe que respeitar o meio ambiente traz benefícios reais para o seu negócio. Além de garantir acesso a financiamentos mais baratos, ele amplia suas oportunidades comerciais com selos de sustentabilidade. Mato Grosso é prova disso: 60% do território está preservado, sendo 40% dentro das próprias propriedades rurais. E mais de 95% das nascentes mapeadas em áreas produtivas estão devidamente protegidas. Esses dados mostram que quem produz também preserva”, afirmou.
Com o tema “Cultivando o futuro – Como estimular a produção de alimentos com menos riscos e mais sustentabilidade”, esta edição do Climate Talks reuniu representantes do setor produtivo, empresas, pesquisadores, lideranças políticas e sociedade civil. A programação contou com palestras, mesas-redondas e sessões de debate voltadas à construção de soluções inovadoras para o setor agrícola, com destaque para a realidade de produtores rurais de Mato Grosso.