A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) foi anfitriã do Workshop Rumo ao Crescimento Sustentável: Oportunidades para a Agropecuária Mato-grossense na Era da Economia Circular, realizado na quinta-feira (13.04). Na oportunidade foram ministradas palestras que trataram sobre temas relacionados à produção sustentável, difusão e transferência de tecnologia, sistema de cultivo e potencialidades do agro mato-grossense.
O objetivo do evento foi proporcionar uma maior aproximação entre os produtores rurais e pesquisadores acadêmicos que se dedicam a estudar assuntos relacionados ao agro mato-grossense, evidenciando que o crescimento da produção agropecuária do estado ocorre de maneira sustentável, sem ocasionar prejuízos ambientais.
“Eventos como esse são importantes porque não basta dizer que somos sustentáveis, é preciso que a ciência comprove que Mato Grosso e o Brasil são os maiores produtores de proteína vegetal e animal e, ainda assim, somos os maiores preservadores da natureza e altamente sustentáveis também em relação ao sequestro de carbono”, discorreu o diretor de Relações Institucionais da Famato, Ronaldo Vinha, durante a abertura do evento.
As cinco palestras ministradas ao longo do Workshop foram conduzidas pelo Dr. Rafael de Oliveira, da University of Edinburgh; Dr. Daniel Abreu, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); Ricardo Arioli, presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); Dr. Wininton Mendes, pesquisador da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer); e Cleiton Gauer, superintendente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O professor Daniel Abreu, que se dedicou a traçar o perfil do produtor rural nas regiões Médio-Norte e Noroeste do estado, identificando aspectos em relação à idade, grau de escolaridade, demandas em termos de conhecimento, tanto no sistema de cultivo quanto no sistema de criação, afirma que esses diagnósticos são importantes para que o produtor e os profissionais rurais possam ser melhor atendidos.
“Através dos resultados desse questionário, dessa coleta de dados, essas informações são muito importantes para instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), de modo que a partir disso ela conseguirá identificar quais as necessidades de conhecimento, de aprendizagem dos nossos produtores. E, ao mesmo tempo, de que maneira ele quer receber essa informação, seja através de palestras, cursos, entre outros formatos “, complementou Daniel Abreu.
O pesquisador Rafael de Oliveira, em sua explanação, defendeu a importância de vincular o conhecimento acadêmico produzido por pesquisadores com os anseios dos produtores rurais. “Pelo fato da Famato representar diversos tipos e perfis de produtores, a gente consegue entender suas perspectivas, quais são suas demandas e como podemos fazer com que a ciência não fique só nos artigos científicos, mas que ela chegue até o campo e a gente entenda as barreiras para adoção de tecnologias e que o produtor possa se beneficiar do que a gente produz na academia”, discorreu.
Em concordância, Cleiton Gauer afirma ainda que eventos que trazem à tona esse tipo de discussão são primordiais para promover interpretação e entendimento acerca do que a academia e o setor estão desenvolvendo e principalmente trazer também essas dores e preocupações.
O evento foi realizado pela Global Academy of Agriculture and Food Systems – University of Edinburgh, em parceria com a UFMT, Empaer e o Programa de Pós-graduação em Zootecnia da UFMT campus Sinop. Além disso, contou ainda com o apoio do Sistema Famato.